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1 – Domingo de TOMÉ
João 20,19-31

Em nosso encontro de hoje, vamos experimentar a presença de Jesus, como Aquele que chega para nos comunicar sua PAZ!… Ele vem soprar sobre nós o seu Espírito e enviar-nos pelos caminhos do mundo, com a missão de vencer o pecado do mundo…“Felizes”, “bem-aventurados, bem-aventuradas”, nos sentiremos, porque não vimos Jesus em carne e osso, mas cremos n’Ele e o seguimos, sendo hoje suas testemunhas, por onde passarmos, aonde quer que cheguemos, não importa o que aconteça, nem com quem, ou com que situação nos deparemos.
Nosso objetivo maior é fazer o Reino acontecer “assim na terra como no céu”!
A nossa luta será para fazer com que os valores do Reino fermentem e transformem toda a vida da Sociedade. Assim, na esperança, já cantamos o ALELUIA da vitória do AMOR:
a razão e a solidariedade vencerão o absurdo, a truculência, a indiferença e a pandemia… O povo oprimido vencerá a opressão… A Classe Trabalhadora  construirá um mundo saudável, de dignidade, justiça, paz e felicidade para todos e todas!

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RELIGIÃO OU CIÊNCIA, QUEM NOS SALVARÁ?… Um falso dilema, que a muita gente agrada, nesses dias de tanta incerteza.

Desprezar a Ciência, em nome da Fé religiosa, é desconhecer a Deus: foi Ele que nos dotou de inteligência, de capacidade de investigar e experimentar, de elaborar o conhecimento e fazer dele um instrumento para cuidar bem do Planeta e da Vida humana em sociedade, nossa missão maior!

Desprezar a Religião como superstição, crendice, fanatismo cego, ignorância, pobreza de espírito, é desconhecer a importância do AMOR, essência da Religião verdadeira. AMOR, sinônimo de SOLIDARIEDADE,  força maior e única capaz de dar à Ciência o seu verdadeiro objetivo e alcance.

E vale lembrar aqui o que ouvi da boca e um pastor presbiteriano:

“Solidariedade é o nome da Fé. Crer é ser solidário com a Humanidade e a Criação. Menos do que isso, não é Fé. É superstição!”  (Pr. Fred Morris)

Reflexão da Classe Trabalhadora com Reginaldo Veloso

2 – Domingo de Emaús
Lucas 24,13-35

Quanto é importante ter amigos, amigas, gente com quem compartilhar os momentos bons ou ruins da vida! Sim, porque a vida é uma sucessão de acontecimentos que ora nos alegram e realizam, ora nos entristecem e frustram. As alegrias e realizações só encontram seu pleno brilho e sentido quando compartilhadas com outras pessoas. E as tristezas e frustrações só dá para suportá-las e superá-las, se encontramos com quem desabafá-las.

Na grande cheia que inundou o Recife, no ano de 1975, o povo que morava na beira do açude da Macaxeira viu seus casebres de taipa se derreterem… Lembro Seu Rubem, do Encontro de Irmãos da Guabiraba, visitando comigo um dos casebres que estava arreando. A família já havia procurado abrigo em algum lugar. Apenas, o dono da casa estava ali, pensativo, montando guarda. Seu Rubem o convidou para uma reunião na igreja matriz, no Buriti: “Meu irmão, a Igreja, hoje, não é mais só o templo onde o povo se reúne para rezar, não. A Igreja é minha presença pra você e sua presença pra mim!”.

Assim, caminhamos nós os cristãos e cristãs, com essa certeza maior: quando nos encontramos “em nome de Jesus”,  Alguém mais está por perto… Compartilhando alegrias e tristeza, angústias e esperanças, lemos as Escrituras, a herança luminosa que vem dos nosso pais e mães na fé. Sentimos, então, esquentar o coração, a visão se clarear… E percebemos, assim o Deus que passa, que caminha conosco e nos conduz, aos trancos e barrancos, para a Terra Prometida, seu Reino de Justiça e Paz. Mas o momento maior é quando damos graças e repartimos o Pão e o Vinho em sua memória. Sua presença brilha e nos sentimos alimentados e fortalecidos, a ponto de sairmos por aí anunciando que o AMOR e a VIDA venceram e vencerão sempre todas as forças do egoísmo e da morte. ALELUIA!

E quanto será importante essa experiência de estarmos juntos, assim, nesses dias desafiantes que estamos vivendo nesse nosso Brasil…

Impossibilitados/as de nos encontrar comunitariamente, podemos nos encontrar em família. E essa, talvez, seja uma das grandes graças do momento. Redescobrir o valor e o calor da família… Perceber que a família é a célula base da Sociedade e da Igreja… É aqui onde tudo começa e termina, de bom e de ruim.

Por isso que a sabedoria popular nos garante que “A justiça, pra ser boa, começa de casa!”

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Da “Carta do Papa Francisco aos Movimentos Populares do Brasil e do Mundo”: “Se a luta contra a covid-19 é uma guerra, vocês são um verdadeiro exército invisível lutando nas perigosas trincheiras. Um exército que conta apenas com as armas da solidariedade, da esperança e do sentido de comunidade que renasce nestes dias nos quais ninguém se salva sozinho. Vocês são, para mim, como lhes disse em nossos encontros, verdadeiros poetas sociais que, a partir das periferias esquecidas, criam soluções dignas para os problemas mais urgentes dos excluídos”.

“Penso nas pessoas, sobretudo nas mulheres, que multiplicam o pão nos restaurantes comunitários, cozinhando com duas cebolas e um pacote de arroz um delicioso refogado para centenas de crianças; penso nos doentes, penso nos idosos. Nunca aparecem nos grandes meios de comunicação. Tampouco aparecem os camponeses e agricultores familiares que seguem lavrando para produzir alimentos saudáveis sem destruir a natureza, sem monopolizar ou negociar com a necessidade do povo. Quero que vocês saibam que nosso Pai Celestial olha por vocês, os valoriza, reconhece e os fortalece em sua escolha”.

“Quero que pensemos no projeto de desenvolvimento humano integral que almejamos, centrado no protagonismo dos Povos em toda a sua diversidade e o acesso universal a esses três T que vocês defendem: terra, teto e trabalho. Espero que este momento de perigo nos tire do piloto automático, agite nossas consciências adormecidas e permita uma transformação humanista e ecológica que coloque fim à idolatria do dinheiro e coloque a dignidade e a vida no centro”

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Pra depois da pandemia…   R. Zwetsch

<<O mundo que virá dessa crise global será diferente. O que eu esperaria é que os movimentos populares se fortalecessem e a economia solidária que está sendo praticada em muitos lugares pudesse se tornar um contraponto forte, massivo, convincente diante do sistema neoliberal que mostrou toda sua iniquidade nesta pandemia. Só assentamentos do MST já doaram em várias cidades toneladas de alimentos a comunidades vulneráveis urbanas. O verdadeiro rosto deste sistema perverso começa a aparecer, uma vez que antes se escondia nas sombras da eficiência do sistema, na segurança econômica e jurídica de suas políticas. Tudo falso e a serviço de uma minoria no mundo, como se mostrou em Nova York anos atrás (1% x 99%). Aliás, a cidade cosmopolita é o exemplo mais contundente da falência do ineficaz e caríssimo sistema de saúde norte-americano. E que o Obamacare – se aprovado e sustentado – poderia ter contribuído para mitigar a desgraça em curso. Mas o sistema o rejeitou e deu no que deu. Se podemos aprender algo no Brasil, é a importância do SUS, agora defendido justamente por quem o queria detonar e lutou para diminuir suas verbas. Não só temos de defender o SUS, mas ampliá-lo>>

Obs: REGINALDO VELOSO, presbítero leigo das CEBs (essa é minha condição eclesiástica atual, o que me deixa particularmente feliz)
– Membro do MTC (Equipe Maria Lorena – Recife)  (terminou meu “mandato” como “Assistente Regional”)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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