Até onde chegamos neste país?
O ex-ministro da justiça, responsável direto pela eleição de Bolsonaro. Sim, responsável direto, já que tirou do páreo o principal concorrente que estava à frente das pesquisas eleitorais o Sr. Luís Inácio Lula da Silva, e agora, deixa o governo acusando seu pupilo-presidente de atitudes nada republicanas e assumindo ter cometido crime.
Em coletiva de imprensa de convocou para anunciar sua saída do governo, chegou a dizer: “a única condição, que coloquei e que revelo agora, foi que como abandonei a minha carreira de 22 anos de magistratura e de contribuição, pedi que se algo me acontecesse que minha família não ficasse desamparada e sem pensão. Foi a única condição que coloquei para assumir a condição no ministério.”
Vejamos o que diz o Caput do artigo 317 do código penal Brasileiro:
Solicitar para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. Pena- reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos e multa.
Trata-se do crime de corrupção passiva. O mesmo artigo do código penal que ele usou enquanto juiz para condenar mesmo sem provas concretas como essas que ele hoje mesmo faz contra si de corrupção passiva.
A situação da sua parcialidade até hoje é questionada nas diversas instâncias judiciais e até mesmo nos tribunais internacionais de Direitos Humanos no caso Lula, ficando plenamente configurada quando ele assume a posição de Ministro da Justiça do atual governo, deixando qualquer tipo de dúvidas quanto a sua parcialidade totalmente dissipada.
Mesmo assim, sua figura para os que engolem tudo o que a Globo diz sem questionar, ficou como se fosse do bom moço, o baluarte da anticorrupção e justiceiro. Como acontece quase sempre nas figuras da extrema direita que assumem o poder no mundo derrotando as alas mais a esquerda, sempre com esse mesmo discurso, anticorrupção.
Muito bem, eu também jamais iria apoiar alguém que tivesse de fato promovendo a corrupção ou se deixando corromper. Então muitos os brasileiros de bem foram envolvidos com esse discurso e sua repercussão nos meios de comunicação, que por sua vez, que queriam ver o Brasil deixando de lado os trabalhadores e cuidando de drenar o dinheiro publico para o grande capital como de fato aconteceu na reforma trabalhista, reforma da previdência e diversas outras mudanças ainda em curso, seguiram Moro e seu governo agora se sentem profundamente enganados e desconcertados.
O discurso de bom moço, e apoio de Moro, levou a muitas pessoas adotarem o governo Bolsonaro como uma resposta à corrupção, como se fosse a única causa dos problemas brasileiros. Eis que agora explicitamente se revela uma fraude…
O que vamos fazer diante de tudo isso?
Obs: O autor é escritor, poeta, advogado, Especialista em Gestão Ambiental de Cidades e Mestre em Gestão e Planejamento Ambiental.