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Em 21 lições para o século 21, o Ph.D. em História pela Universidade de Oxford, Yuval Noah Harari, nos alerta da necessidade de estarmos sempre nos recriando, porque, no futuro, as profissões serão líquidas, as vocações, mutáveis, os cenários, imprevisíveis.
Desde 2016 ministro aulas presenciais sobre um tema que me é muito caro: a Escrita Criativa. Em 2018, ministrei encontros temáticos, entre eles, sobre a viagem. Em 2019, me aprofundei na temática e ministrei um curso de Extensão sobre textos ficcionais e poéticos de diversos países, regiões, línguas. Visitamos escritores do mundo inteiro para de seus livros tentar extrair um pouco dos seus processos de criação.
Os vídeos apresentados uma vez por semana a partir de março de 2020 no projeto Estudos em Escrita Criativa On-line são uma tentativa de levar ao grande público o trabalho desenvolvido nessa área que abracei desde 2016. Por trás de cada livro/autor, investigamos técnicas para melhor escrever e estar sempre nos recriando, o que Harari, citado acima, considera imprescindível para a nossa sobrevivência profissional no século 21.
Começamos por alguns países da Língua Inglesa. Em O conto da aia, de Margaret Atwood (Canadá), encontramos uma sociedade distópica, mas que nos traz muitos dos elementos do mundo atual, Atwood nos apresenta a República de Gilead, depois do golpe que matou o presidente dos Estados Unidos e a maioria do Congresso americano. Por causa de vazamentos radioativos e químicos, muitas das esposas do grupo terrorista tornaram-se estéreis. As aias seriam provenientes de segundos casamentos, ou de vida sexual libertina, mas capazes de procriar crianças normais. A narradora é uma jovem de 33 anos – Offred (of Fred, general encarregado de a engravidar).
Outro romance analisado é Admirável mundo novo, de Aldous Huxley (Inglaterra). Ele também narra a história de uma sociedade distópica na qual todos são felizes, os seres humanos nascem em castas e são concebidos e crescem em bocais enfileirados numa longa gestação. São condicionados para se adequarem às respectivas castas através da hipnopedia durante o sono, e, quando algo os angustia, consomem uma droga, que não deixa resquícios, chamada soma.
Finalizamos o primeiro módulo dos EEC On line, trazendo ao centro a poetisa Emily Dickinson (EUA), o poeta romântico John Keats (Inglaterra), arrematando com um exercício de desbloqueio inspirado no grande poeta e contista Edgar Allan Poe (EUA), além de sugestões de filmes que tenham a ver com a Língua Inglesa e a Escrita Criativa.
Obs: Patricia Gonçalves Tenório (Recife/PE, 1969) escreve prosa e poesia desde 2004. Dezesseis livros, cinco no prelo, com premiações no Brasil e no exterior, entre elas Primo Premio Assoluto por A menina do olho verde (em outubro, 2017), pela Accademia Internazionale Il Convivio, Itália), e Prêmio Marly Mota (2013) da União Brasileira dos Escritores – RJ pelo conjunto da obra. Mestre em Teoria da Literatura (UFPE) e doutora em Escrita Criativa (PUCRS), ministrante dos Estudos em Escrita Criativa desde 2016 e organizadora das coletâneas Sobre a escrita criativa I (2017), II (2018) e III (prelo, 2020).
Contatos: [email protected] e http://www.estudosemescritacriativa.com/