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Troféus na bancada?
Moções recebidas por trabalhar pela cultura, anos a fio, no 0800?
Um conto ou um poema elogiado por um literato com nome reconhecido?
Um afago em forma de parabéns do Mestre maior de contação de histórias, que me ensinou as manhas da arte?

Não!
Isso é reconhecimento, carinho, delicadeza.

O nome que nos deram nesta encarnação, nela fica,
mas que fique honrado enquanto for lembrado.

Tivemos outros nomes anteriormente.
Fomos outras matérias neste espírito que agora nos anima.
Fomos nobres, plebeus, senhores, escravos, nos vestimos de poetas ou de bobos da corte.
Fomos sábios, fomos tolos.

Mas…
Honra mesmo é o que conseguimos guardar nas gavetas da alma pra levar na viagem derradeira .

Honra mesmo é o sorriso do menino de periferia, que sempre viveu triste, ao nos ver tentar imitar o palhaço da história contada, ou a princesa, ou a bruxa, ou o sapo.

Honra mesmo é poder dizer o quanto se errou tentando acertar, mas nunca se pensou na palavra desistência.

Honra mesmo é perder amigos e parentes pela estrada, mas não perder a ética e a vontade de seguir o caminho reto.

Honra mesmo é ver os que se afastaram por desavenças tolas, ou remorso pelo muito que nos feriram, e mesmo assim ainda ter o poder de amá-los.

Honra mesmo é quando se tem a mais, doar…
mas nos dias difíceis, de se ter a menos, aceitar a doação com gratidão, sem se sentir diminuído, sabendo que a roda vai voltar a girar.
Hoje embaixo, amanhã em cima.
A vida – como a natureza – está sempre em mutação.

Honra mesmo é apesar de tudo honrar os que nos cercam.

Gratidão aos que me honram com a amizade, pois é ela o maior bem que se tem pra dar!
Honrando a amizade!