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1 – Domingo da alegria do Cego de Nascença
Jo 9,1-41

Se o pior cego é aquele que não quer ver,
o bom, mesmo, é desejar a LUZ!
Mas a Luz incomoda… De repente, os cegos que passam a enxergar, e quem os ajuda a encontrar a Luz, incomodam tanto quanto a própria Luz…
Feliz de quem encontra companheiros e companheiras que desejam caminhar na Luz, rumo à plena claridade: “… e conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres!” (Jo 8,32).
E a alegria da verdade que liberta deve ser aquela que faz bem-aventuradas, felizes, as pessoas que são “puras de coração” (Mt 5,8), e nos inspira a cantar:
“Dizei aos cativos; “Saí!”;
aos que estão nas trevas: “Vinde à luz! Caminhemos para as fontes.
É o Amor quem nos conduz!” (cf. Is 49,9-10).

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Em dias de pandemia, quando a morte ronda por toda parte, às portas de todo mundo, como celebrar o tradicional “Domingo da Alegria”?…
Será que o cego de nascença nos está apontando a chance que nos resta de nos deixarmos, numa hora de trevas, ir ao encontro da LUZ?…
Será o “corona vírus” a doença síntese de todos os males e malfeitos de uma Humanidade que apodrece os rios e mares, que incendeia as florestas e polui os ares, que envenena os solos e infelicita e destrói os lares, através de um Sistema que globaliza o egoísmo e a exclusão, a indiferença e a devastação?…
Seremos capazes de decifrar o último “sinal dos tempos”, a derradeira lição da História, a última chance, quem sabe?…
Os cegos que queremos ver, não somente iremos ao encontro d’Aquele que é a Luz, o Caminho, a Verdade e a Vida, mas teremos a coragem de anunciar, por ações e palavras, aqui e agora a Boa Nova do Reino, sintetizada na parábola do Samari-tano?… CUIDAR do que resta da Natureza,
CUIDAR de toda a gente que jaz à beira da morte, os assaltados e assaltadas todas de um Sistema que exclui, mente e mata?… Caminharemos, na força do Salmo 122, rumo a um mundo de Justiça, Igualdade e PAZ?…  

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Tire de letra a QUARENTENA, reunindo-se com as pessoas de casa para meditar, orar e cantar.

 2- Domingo da ressurreição de Lázaro
João 11,1-45

No Evangelho de João, o que em Mateus, Marco e Lucas se chama “milagre”, aqui se chama “sinal”. E o quarto Evangelho, significativamente, gira em torno de sete sinais. São eles que revelam para nós o sentido profundo e essencial da vinda e da missão de Jesus. Por sinal, a longa leitura que hoje escutamos, conta justamente o sétimo sinal. E este sinal acontece no contexto de uma história de amizade. A narração começa contando que Maria, irmã de Marta e de Lázaro,  mandou um recado para Jesus: “Senhor, teu amigo está doente”… E termina narrando o que há de mais significativo: Jesus, emocionado até às lágrimas diante do amigo que havia morrido, “gritou bem forte: ‘Lázaro, venha para fora!’ O  morto saiu. Tinha os pés e as mãos envolvidos com ataduras e o rosto coberto com um sudário. Jesus disse: ‘Soltem-no e deixem que ele ande’”. Eis o “sétimo sinal”! É a confirmação “escandalosa” do que Jesus, há pouco havia dito: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (10,10). E feliz é a conclusão da narração “Muitos dentre os judeus que (…) viram o que Jesus tinha feito, acreditaram nele”.

Em dias de pandemia, somos convidados a escutar este Evangelho com a expectativa de Marta, Maria e seus amigos… Nós, também, estamos preocupados com pessoas amigas, ameaçadas, como todo mundo, por essa desgraça a que o “Necroliberalismo” nos expõe… Primeiro, como o cego do Evangelho de domingo passado, precisamos que Alguém nos abra os olhos, para entender o que Papa Francisco há tempos vem denunciando: este Sistema que exclui, mente e mata! Em seguida, precisamos ser portadores desta Palavra forte, deste grito de Jesus que convoca a Humanidade, ame-açada pelas forças da morte, para a Vida, e Vida em plenitude. E só temos essa opção: “em nome de Jesus” sermos solidários e convocarmos todas as pessoas para o cuidado com a Vida, ou caminharmos para o abismo, atrás de um psicopata que uma população obcecada colocou na presidência da República.

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De hoje a uma semana, Domingo de Ramos! Semana Santa!
Nossa caminhada quaresmal vai chegando ao final…
Alguma coisa importante está acontecendo em nossas vidas?…
Através de nós, alguma coisa importante está acontecendo no meio em que a gente vive?…
Logo mais, estaremos celebrando o TRÍDUO PASCAL!
Importante será poder celebrar a Ressurreição d’Aquele que deu a vida por amor, podendo constatar que Ele ressuscita em cada um, em cada uma de nós, porque a gente também cada um, cada uma, a seu modo, no lugar onde vive, está dando sua vida por amor àqueles com quem convive… Essa certeza, que faz a diferença, será nossa alegria pascal, a razão do nosso ALELUIA!
“Porque Ele vive” e dá a vida pela Vida, através de nós, “eu posso crer no amanhã”!

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Fomos surpreendidos com a morte repentina de FREI TITO MEDEIROS O. CARM. É um amigo que parte e deixa saudades. Um humanista, um artista (músico), um cristão sintonizado com as melhores causas da Humanidade. 

Pessoalmente, devo-lhe uma homenagem: foi meu parceiro na composição de cantos para a Vigília Pascal, em 1969! Foi ele que compôs a melodia para o canto do EXULTE, versão por mim escrita. É, talvez, a música mais bela e original de toda a Vigília.
DESCANSO ETERNO DAI-LHE, SENHOR!
DA LUZ PERPÉTUA, O RESPLENDOR! 

Obs: REGINALDO VELOSO, presbítero leigo das CEBs (essa é minha condição eclesiástica atual, o que me deixa particularmente feliz)
– Membro do MTC (Equipe Maria Lorena – Recife)  (terminou meu “mandato” como “Assistente Regional”)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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