Lug Costa 15 de abril de 2020

Uma noite.
Em qualquer canto da terra.
Um pai assiste impotente a morte se aproximar de sua única filha
na enfermaria de doenças contagiosas.
Uma dor indescritível transpassa seu coração.
Uma manhã.
Em qualquer canto da terra.
Uma mãe acompanha o único filho sendo ultrajado pelo escárnio do povo, pela violência dos soldados, condenado injustamente, carrega nos ombros um pesado lenho de madeira, rumo ao Calvário.
Uma dor dilacerante crava espadas em seu coração.
Todos os dias da semana milhares de contaminados morrem.
Sexta-feira da paixão é assassinado o Filho de Maria e José.
Sexta-feira das quedas e tropeços.
Sexta-feira das traições e decepções.
Sexta-feira do abandono: Pai, por que me abandonaste?
Sexta-feira da cruz dos renegados.
E amanhã? O que acontecerá?
Velemos junto com sua mãe, ao pé da cruz, o Homem das Dores, e com Ele coloquemos no coração a esperança que o despertar do novo dia nos surpreenderá.
(10.04.2020 – 22:53h – Caxias/MA)

 

Obs: Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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