1 de março de 2020
Por uma Ecologia integral “ambiental, econômica, social e
cultural” e “o cuidado pela casa comum”
- A população pobre presente, em várias regiões da Pan-amazônia, saúda, apoia e participa na realização do Sínodo para a Amazônia com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e por uma Ecologia integral”. Essa população é composta de homens e mulheres, idosos e jovens, trabalhadores e trabalhadoras que lutam pela justa reparação de seus direitos ao serem violados pela construção de barragens para geração de energia, pela exploração de minério, pela ameaça dos lagos de rejeitos minerais, pelo desmatamento … cuja fim é aumentar o lucro dos ricos, com a destruição da vida dos mais pobres.
- São 32 milhões de habitantes da Pan-amazônia, entre eles 3 milhões de indígenas (390 povos), ribeirinhos e inumeráveis comunidades quilombolas. “A bacia amazônica representa uma das maiores reservas de biodiversidade (30 a 50% da flora e fauna), de água doce (20%), e mais de um terço das florestas primárias da terra. São mais de sete milhões e meio de quilômetros quadrados, em nove países.... “No entanto, a vida na Amazônia está ameaçada pela destruição e exploração ambiental, pela violação sistemática dos direitos humanos elementares de sua população”.
- A história da Amazônia tem sido a história de sucessivas ondas de exploração. Os velhos e novos colonizadores, não visam conviver e desenvolver a região. Na sua cobiça, não hesitam em saquear as riquezas e praticar o genocídio humano, histórico e cultural de seus habitantes. Ultimamente, se viu, com profunda tristeza, a casa comum ser devastada pelo fogo do lucro e do desmatamento. A preservação da vida é vital para a geração presente e as gerações futuras. Mas, é também necessário que se estenda às outras criaturas e ao mundo que os rodeia, suscitando a fraternidade com a criação inteira.
- Em seus documentos, a Igreja já alertava para “a salvaguarda do meio ambiente e a tutela dos recursos do clima” exigindo “dos responsáveis internacionais uma ação conjunta”, “pela lei e pela solidariedade”, “em regiões frágeis da terra”. A igreja diz que, em conjunto, se poderia “construir um desenvolvimento humano integral, em benefício dos povos, presentes e futuros, um desenvolvimento inspirado nos valores da caridade”…. Para isto “é indispensável transformar o atual modelo de desenvolvimento global em uma tomada de responsabilidade, maior e mais compartilhada em relação à Criação” diante das “emergências ambientais… e o escândalo da fome e da miséria”.
- O povo brasileiro deve se juntar à igreja e às nações exploradas, nessa convocação Pan-amazônica, para resistir a toda forma de recolonização econômica, política, histórica, cultural e ambiental feita pelo capital imperialista, em nome de uma ordem social fraterna e justa. O patriotismo dos povos consiste em não permitir a entrega dos recursos naturais, e nem da sua história e de sua espiritualidade, ao capitalismo voraz. E precisa estar preparado para solidarizar-se às lutas de resistência e as experiências da nova convivência entre os humanos, sem dominação e, com o meio ambiente, sem destruição. 29.10.19
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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