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Monster – Desejo Assassino”, de Patty Jenkins, é baseado na história real de Aileen Wuornos, uma prostituta lésbica e serial killer. Em Michigan, a infância de Wournos foi marcada pelo abuso sexual e uso de drogas. Mais tarde, aos 13 anos, iniciou-se na prostituição e logo ficou grávida. Em seguida, mudou-se para a Flórida, onde seguiu na prostituição, trabalhando nas estradas. Entre 1989 e 1990, no mesmo período em que cometeu os assassinatos, conhece Selby Wall, com quem vive um romance que nos mostra a complexidade do ser humano.

Em Lc 5, 1-11 encontramos três frases significativas. Jesus diz a Pedro: “Avança para águas mais profundas”. Depois da pesca milagrosa, Jesus volta a dizer a Pedro: “De hoje em diante tu serás pescador de homens”. A terceira frase significativa é o desfecho do texto “deixaram tudo e seguiram a Jesus”. Mas afinal o que significam estas frases para nós homens e mulheres urbanos que não somos pescadores, em pleno século 21? Avançar para águas profundas significa ir além do estágio que estamos. E isso acontece a partir do momento que começo a me perguntar sobre o sentido da vida. Por que, afinal, estamos nesta existência? Simplesmente para trabalhar, termos uma família, fazer férias, depois envelhecer e morrer? O cristão enxerga mais longe. Nós estamos aqui para uma pesca milagrosa. Esta acontece quando deixamos de nos acomodar com a vida que termos e com aquilo que somos. Para o cristão nós avançamos para águas profundas quando nos comprometemos com o todo, com a coletividade, pois o cristão enxerga além das aparências. Ele percebe que estamos todos interligados, estamos todos conectados. Os problemas dos outros afetam a nossa vida e passam a ser também nossos problemas. Isso significa amar o outro como a si mesmo. Se acontece algo ruim para o outro, o verdadeiro cristão não se acomoda com a frase egoísta: “Graças a Deus não foi comigo!” Ele compreende que a desgraça do outro é um chamado de Deus para que possamos fazer alguma coisa pelo outro. A desgraça do outro não é um feito de Deus, mas um efeito da natureza ou dos homens, mas para o cristão que toma conhecimento passa a ser um chamado para uma ação. Se o outro descobre um câncer, algum dia nós também poderemos descobrir um câncer em nós. Se o outro paga IPTU, Imposto de Renda, todos nós pagamos e devemos fazer com que tudo isso se reverta para a coletividade. Enfim, nós estamos interligado em águas profundas. A partir desta consciência nos tornamos pescadores de homens. Isso significa despertar o outro para esta conexão. Ser pescador de homens não é simplesmente converter o outro para a nossa religião, mas fazer o outro reconhecer o seu erro, retirar o outro da corrupção, da maldade, do egoísmo. O brasileiro possui o pudor de corrigir as pessoas a sua volta. Com a desculpa de não ser “mal educado”, o brasileiro guarda para si o que pensa do outro quando o vê em uma situação errada. Esta postura falsa e hipócrita é o oposto da verdadeira amizade. O amigo corrige e expressa ao outro a sua inconformidade com a situação.  Ser pescador de homens é tornar-se um agente transformador de mentalidade. Esses dois pedidos, avançar para águas profundas e ser pescador de homens, Jesus fez não para sacerdotes ou bispos, mas para homens comuns, casados e que possuíam uma profissão. É uma missão para todo aquele que assume Jesus Cristo. Para isso é preciso largar tudo, não ter medo de perder (amizades, negócios, bens, prestigio..) e seguir Jesus vivendo como Ele viveu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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