Eu me tornei pétala (des)protegida na ventania que arrancava sonhos…
Pisei certezas…
A poeira destronou imagens e sombras,
desfigurou o tempo em porções doloridas…
Insustentáveis receios,
atordoadas fugas…
Eu me senti frágil, cansada e emudecida…
A tonalidade se revestiu de transparência…
O som do mar não respondeu aos sussurros da alma em agonia…
Tuas mãos protegidas herdaram ternura em toques famintos,
sensações de um imediato vazio,
noites nubladas e amordaçadas…
Imprevisíveis partidas…
Perdas sangram no olhar desesperado…
Há pressa em desfolhar essências e razões…
A palavra esfacelada soluça a inesperada agressão desnudada na complexidade do ser…
A vida calada lentamente se perdia…
Crucificada se entregava na alma enlutada…
Incompreendida, cerrava os lábios em uma dor infinita e perfeita…
19.12.2004 – 11:43h
Obs: Imagem enviada pela autora (retirada de Pixabay)
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