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Governo brasileiro hoje está alarmado com a entrada do coronavirus no país. Discutem se o presidente e o presidente da Câmara estão com o vírus. O mundo está assustado com a pandemia do vírus. Itália transformou sua população em prisioneira de suas casas.  O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, afirmou hoje, que a Europa se tornou o novo epicentro da pandemia de coronavírus. Ele informou que o número de casos confirmados por dia na Europa, já é maior que os confirmados na China.

Não há dúvida que o mundo vive uma crise séria por conta de um vírus, que se alastra rapidamente. Ainda não chegou à Amazônia, apesar de alguns boatos, mas até aqui na região as preocupações com a possível invasão do vírus chega até o ponto de afetar as celebrações religiosas das igrejas cristãs. Em algumas dioceses, já não se pode dar o abraço de paz, nem receber a hóstia consagrada na boca. Até o ministro da economia em falência, Paulo Guedes está decidindo liberar dinheiro do espremido orçamento para cuidar da saúde.

Sem desprezar a gravidade do coronavirus e as preocupações das autoridades em estancar a epidemia, vale a pena os povos da Amazônia se perguntar, será que as autoridades e os canais de televisão tem preocupação com a epidemia de malária na Amazônia? Por que não se ouve notícia sobre cuidados, ampliação de recursos para combate à epidemia de malária na nossa região. Enquanto até agora, apenas cerca de 500 pessoas em todo o território nacional estão suspeitas de estar com o coronavirus, veja-se quantos foram afetados pelo coronamalária na Amazônia só em 2017: As 10 cidades mais atingidas na Amazônia

  1. Cruzeiro do Sul (AC) – 21.416
  2. Manaus (AM) – 13.595
  3. São Gabriel da Cachoeira (AM) – 12.274
  4. Mâncio Lima (AC) – 9.278
  5. Barcelos (AM) – 8.129
  6. Santa Izabel do Rio Negro (AM) – 7.581
  7. Bagre (PA) – 6.789
  8. Oiras do Pará (PA) – 5.675
  9. Anajás (PA) – 5.585
  10. Coari (AM) – 4519 casos. Ao todo foram 194 mil casos de infectados pelo mosquito da malária. Mas como esses malarientos são pobres do interior da Amazônia, nem a imprensa dá notícia, nem os governos dão atenção como no passado. Eis a diferença de cuidados. Comparando bem, o número de atingidos pelo corona vírus no mundo é menor do que os atingidos pelo mosquito da malária na Amazônia. 13.03.2020
    Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
    Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
    Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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