Rômulo Viana 15 de março de 2020

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Hoje, não mais escrevo ao filho que quero ter.
Escrevo ao filho que tenho.
Ao filho que me faz ficar tolo, dengoso, manhoso…
Que me faz traçar diálogos no Bebenês, no iti malia…
Que faz despertar em mim um conceito novo de amar te amando.
Que me faz imaginar dedicatórias acadêmicas em teu nome.
Escrevo ao filho que toma do café que faço,
Que assiste comigo a filmes não comerciais
Que ainda ouve minhas músicas e
Escuta minhas histórias literárias.
Escrevo ao filho que rouba meu lugar no sofá
E que me expulsará da cama.
Que me faz amar…
Que me faz amá-lo…
Que me faz antes de tudo ficar tão bobo imaginando:
Os dias que ainda faltam para te ver sorrindo
Pra te ver andando…
Os dias em que irei acalentar teu choro em prantos.
Te segurando em meus braços e te ninando:
“Dorme neném que a cuca vai pegar, mamãe foi para roça e papai foi trabalhar”.

Óbidos, 2020

Obs: O autor é poeta e fotógrafo amador. Trabalha na UFOPA / campus de Óbidos.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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