Lug Costa 1 de fevereiro de 2020

Reclusa no silêncio desse apartamento (apartada)
de sete andares de arquivos, de memórias.
Sete anos sem tocar o térreo,
tempo que contas pacientemente
construindo a tua im(perfeição).
Sete filhos, sete maridos,
sete mares, sete vidas, sete sonhos.
Da janela vitralizada avista os sete mares,
portos, pontes, bandeira piratas,
entre Olinda e Recife.
Sentes falta do cheiro das sets flores de jasmim
e das sete cores de rosas.
Sete palmas de infinito ti separam das estrelas
em noites de vendaval e calmaria.
Não consegues tocar o céu,
apesar da sétima altura,
quando teus dedos entreabertos vazam
imensa quantidade de lágrimas-esperança.
Daí consegues somente tocar no infinito
que está dentro de ti.
Por isso cancelaste:
elevadores,
telefones,
interfones,
portas e janelas.
Em todo este tempo nunca estiveste sozinha:
estás fatalmente deixada contigo mesma.
( 17.09.2019 – 21:35h – Caxias / MA)

Obs: Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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