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No Paraíso, os anjos O’Reilly e Jackson são enviados à Terra para fazerem duas pessoas se apaixonarem para sempre, pois está havendo um grande número de divórcios. O casal escolhido é Celine, a filha de um milionário, e Robert, um faxineiro que aspira ser escritor. Robert trabalha na corporação do pai da moça. Repentinamente Robert é despedido, pois será substituído por um robô e, além disto, é abandonado por Lily, sua namorada. O rapaz, então, invade o escritório de seu patrão quando este mantém uma “agradável” conversa com a filha. Celine o ajuda: seu pai é baleado levemente e ela se deixa sequestrar. Um contexto confuso, mas promissor para a missão dos anjos. “Por Uma Vida Menos Ordinária”, de Danny Boyle, constrói uma história que leva seus personagens a perceberem a essência de seus relacionamentos como pessoas humanas.
Em Lc 3, 15-16.21-22, João Batista afirma que aquele que virá vai batizar no Espírito Santo e no fogo. Depois de Jesus se deixar batizar por João, Ele ouve uma voz que diz: “Tu és o meu filho amado, em ti ponho o meu benquerer”. O batismo de Jesus é uma profunda tomada de consciência que nos leva a três atitudes fundamentais diante da vida. Nós somos batizados no Espírito Santo a partir do momento que tomamos a consciência de que somos filhos amados do Pai e que este pai derramou sobre nós o seu benquerer. A primeira postura que surge daqui é a de sentir-se amado por Deus. Nós somos extremamente amados por Ele e em nós foi depositado o dom da vida com tudo o que ela pode nos oferecer. A grande mentira que a sociedade pode tentar nos ensinar é que não somos capazes. Nós somos capazes de realizar, de transformar. Porém, se Jesus é um paradigma para toda a humanidade, essa consciência não é exclusivista, mas inclui todos os seres humanos. É o que nos alerta Pedro em Atos 10, 34-38: Deus não faz distinção entre pessoas. Esta é a segunda postura: não somente eu sou amado pelo Pai, mas todo ser humano, independentemente de sua raça, sexualidade, nacionalidade, corpo físico ou consciência mental. Todos, sem exclusão, são filhos amados do Pai e devem viver na dignidade de filhos de Deus. Desta verdade surge a segunda postura. Pedro nos alerta que estamos próximos de Deus quando o tememos e praticamos a justiça. Aqui temos a terceira atitude: a exigência de justiça. Não posso mais aceitar situações de injustiça e de desigualdade, se todos os seres humanos são meus irmãos. Assim, ficam claras as palavras de João sobre o batismo no Espírito Santo e no fogo. Eu mergulho (baptizein = batismo) no Espírito de Deus quando o fogo da justiça me queima, quando realmente não aguento ver situações que oprimem e maltratam os filhos de Deus. Porém, vivemos em uma sociedade na qual nos tornamos pessoas acostumadas com a injustiça, com o repugnante. Nós temos nojo de uma barata porque nos causa repugnância, mas não ficamos enojados com a corrupção, com o desvio de nosso dinheiro ou quando um posto de saúde não abre por que o médico não veio. Em uma entrevista, o músico Lobão analisa nossa geração como uma “geração de bundões”. Ele tem razão. A nossa geração procura a comodidade individual, seu interesse é se “encostar” de alguma forma. Ela não é uma geração de luta, de conquista do bem comum, de propostas para uma sociedade justa e humana. Ser batizado no Espírito Santo é ter atitudes que surgem do profundo senso de justiça, é deixar de ser “bundão” para viver como verdadeiro filho e verdadeira filha de Deus.