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O mês inteiro falando do trem. Iria embora. A paisagem vista do vagão. Que o trem era isso e aquilo. Trem de dia, trem de noite. Chegou então o dia do trem. Partiria às 18h. O dia todo, porém, o passageiro em espera manteve-se calado. Nem um pio sobre o trem. Quando chegou na estação, abraçou a mãe bem forte. O trem apitou não muito longe e apareceu dobrando a curva dos trilhos. O abraço ficou mais apertado. O trem. O abraço. O trem, o abraço. Trem, abraço. Trem-abraço, tremabraço…. “Mãe”, ele sussurrou, enquanto o trem chegava, ainda mais barulhento. “Por favor, não me deixe partir”.
Obs: O autor é escritor e editor. Também é sócio-proprietário da Editora Penalux.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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