Djanira Silva 15 de fevereiro de 2020

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Fantasias são nuvens passageiras
Que andam pelos céus, sutis ligeiras
São como o sol que ao apagar estrelas
Chamam o poeta à noite para vê-las
E transformadas nos mais belos temas
Tornam-se musas de sutis poemas
E assim o vate elabora o verso
Com todas as belezas do universo
Ensinando a amar com os passarinhos
Que na paz e silêncio dos seus ninhos
Acordam as manhãs com a cantoria
Bendizendo o prazer e a alegria
Da liberdade de viver sem mágoas
Feito rios no curso de suas águas
E ser dono de tudo sem ter medo
Fazendo o seu mundo no arvoredo
Tal qual a borboleta que insemina
A rosa branca leve cristalina
E vai pelo jardim sempre à procura
Do mel da vida, natural doçura
Para todas as flores fecundar
E ver toda semente germinar
Trabalho executado dia a dia
Em festa rica de policromia
Da natureza eu queria a glória
De fazer parte de tão bela história
Eu queria viver a vida assim
Jogada qual semente num jardim

Onde a maldade jamais existisse
E o ser humano não se destruísse
Nem destruísse o mundo que é seu lar
Para mais tarde não ter que chorar
Pelos sonhos perdidos e talvez
Não poder apagar o mal que fez
Bem que eu queria ser abelha ou flor
Fazer uma ciranda só de amor
Morar nas nuvens somente vê-las
Transformadas em poeira de estrelas
Plantar um girassol no meu quintal
Vê-lo crescer garboso, vertical
Curvado apenas ao calor do sol
Movido como um leme ou um farol
Queria conservar minhas lembranças
Todos os sonhos e as esperanças
Transformar a tristeza em alegria
Ver surgir as manhãs a cada dia
Passarinhos cantando nas mangueiras
Sabiás festejando as pitangueiras
Eu queria nascer no meu jardim
Ter uma borboleta só pra mim
E ter no rosto um cálido sorriso
Ir brincar de esconder no paraíso
Desfrutar da maçã sem ter pecado
Me unir para sempre ao ser amado
Viver somente de felicidade
Por séculos sem fim na eternidade

Obs: A autora é poetisa, escritora contista, cronista, ensaísta brasileira.

Faz parte da Academia de Artes e Letras de Pernambuco, Academia de Letras e Artes do Nordeste, Academia Recifense de Letras, Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda, Academia Pesqueirense de Letras e Artes , União Brasileira de Escritores – UBE – Seção Pernambuco
Autora dos livros: Em ponto morto (1980); A magia da serra (1996); Maldição do serviço doméstico e outras maldições (1998); A grande saga audaliana (1998); Olho do girassol (1999); Reescrevendo contos de fadas (2001); Memórias do vento (2003); Pecados de areia (2005); Deixe de ser besta (2006); A morte cega (2009). Saudade presa (2014)
Recebeu vários prêmios, entre os quais:

Prêmio Gervasio Fioravanti, da Academia Pernambucana de Letras, 1979
Prêmio Leda Carvalho, da Academia Pernambucana de Letras, 1981
Menção honrosa da Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1990
Prêmio Antônio de Brito Alves da Academia Pernambucana de Letras, 1998 e 1999 
Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2000
Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2010
Prêmio Edmir Domingues da Academia Pernambucana de Letras, 2014

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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