Elizabete Godinho 15 de fevereiro de 2020

Foi no domingo passado que você nos surpreendeu da forma mais inusitada…na pegadinha da vida tão difícil de aceitar: a partida precoce de alguém tão cheia de vida! Horas antes da notícia mergulhei no que construímos de amizade, no carinho mútuo que foi se solidificando conforme identificávamos nossas sintonias. Nos conhecemos em 2003. E foi por uma mania minha – de chegar antecipada nos lugares por puro atrapalho – que, tirando os dias de carnaval, nos encontramos, em 2015 , naquele evento de preparação da comemoração do bicentenário da revolução pernambucana. Naquela noite iniciamos uma série de encontros …para falar dos desafios de ser mãe de menino, para conversar bobagens, para rir, para brindar, para dançar…ah, querida Monica, quantas aventuras vivemos.. E nessa vida corrida e de tantos compromissos só tínhamos a certeza que no carnaval viveríamos a alegria dos encontros e você a nos conduzir pelas ruas do Recife Antigo encantando tantas quantas fossem as pessoas a admirá-la na sua evolução e beleza. Domingo passado, só pensava que, tal qual a estória do Maracatu Fantástico, iria aparecer o feitiço para reconstituir tua saúde. Eu quis muito fazer esse feitiço de cura e lhe dizer: fica bem, vai passar!..eu já havia sido feiticeira, interagindo com você e seu lindo par de asas, como na lenda…Ah, Cabra! Por que? Uma semana depois, recordo agora da última vez que a vi: serena e bela. Rodeada de pessoas que muito amor compartilharam contigo em vida e que foram para a última despedida. E desde domingo passado que sobrevoas pelas nossas pontes, planando em teu voo no ritmo que nos juntou à família caprina e que agora se tornou realidade: Cabra alada voou num céu azul sem igual!
No sertão da minha solidão, só saudades! (15.12.19)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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