Edilson Rocha 1 de janeiro de 2020

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Há poucas semanas celebramos o Natal e a Epifania, revivendo liturgicamente o mistério da encarnação – primeiro grande mistério da nossa fé, situado no segundo tempo forte do Ano Litúrgico: o Verbo Eterno de Deus se fez carne e habitou entre nós, e manifestou-se em glória! Na Palavra criadora que se encarna, Deus manifesta seu imenso amor pela humanidade, a quem quer todos salvar. Jesus nasce e manifesta, desde a simplicidade, humildade e pobreza do lugar onde é acolhido a universalidade da salvação que Deus nele oferece á humanidade.

No Batismo de Jesus e no início de seu ministério público, Ele é manifestado como o Filho amado do Pai e n’Ele todos nós somos adotados de novo, pelo Batismo, como filhos e filhas muito amados de Deus, chamados também como o Filho de Deus, a agradar em tudo ao Pai do Céu: Tu és o meu Filho Amado, em Ti ponho o meu benquerer (Lucas 3:22). E a partir do seu Batismo, Jesus inicia os seus sinais maravilhosos. Sinais que indicam a presença do Reino de Deus no meio da humanidade.

No domingo seguinte, o segundo do tempo comum da Liturgia, vimos a Mãe de Jesus interceder para que Ele fizesse alguma coisa diante da falta do vinho na festa do casamento, nas bodas de Caná. Maria intercede junto a seu Filho, exorta os que serviam a obedecerem às palavras de Jesus e o resultado é o primeiro sinal messiânico, que desperta a fé em seus discípulos para crerem n’Ele (João 2:1-11). Por fim, neste último domingo de janeiro, ainda nestes inícios do tempo do comum do ano litúrgico – e ainda com sabor de início de ano civil – contemplamos a proclamação solene da vocação e missão de Jesus, no início do Evangelho segundo Lucas (Lucas 1:1-1; 4:14-21): “O Espírito do Senhor está sobre mim porque Ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor” (Lc 4:18-19). Na sinagoga em Nazaré, jesus inaugura sua missão e começa a realizar os sinais do Reino de Deus.

Entre o Natal e este terceiro domingo do tempo comum, contemplamos nossa própria vocação e missão como filhos e filhas de Deus, irmãos e irmãs de Jesus pelo Batismo, consagrados com Ele para viver a tríplice dimensão de sua vocação e missão: fomos ungidos e eleitos também para sermos com o Cristo sacerdotes, profetas e reis!

Belíssima e nobilíssima nossa vocação e missão, porque a recebemos de Jesus e é a mesma de Jesus. Portanto, somos convidados por Maria a fazer tudo o que Jesus disser, fazer nossa parte para encher as talhas vazias com a água que se transformará em  saboroso, a crer em Jesus e seguir seus passos cotidianamente, escutando sua palavra que deve se encarnar em nossa vida.

Somos chamados a viver nossa unção batismal, fazendo o que pudermos para cumprir nossa parte na Missão de anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus! No tempo da Igreja – tempo também do Espírito Santo – somos chamados a ser epifania – manifestação do amor de Deus no meio do mundo. Grande e exigente é nossa Missão.

Obs: Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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