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Casado e pai de sete filhos, professor universitário, cientista social e, sobretudo, leigo engajado nos problemas sociais de seu tempo – essa é a figura de santo, de que a Igreja e o  mundo de hoje tanto precisam, e que se concretiza em JOSÉ TONIOLO, proclamado beato  na Basílica romana de São Paulo extra muros, em 29 de abril último, em nome do Papa, pelo Cardeal De Giorgi, 81 anos, arcebispo emérito de Palermo (Sicília) e que foi assistente nacional da Ação Católica italiana e presidente da Comissão Episcopal para o laicato.

José Toniolo se apresenta como “um italiano que honrou e serviu a Igreja e a Itália como cidadão exemplar, realizando a verdadeira laicidade, como protagonista no mundo da cultura, da economia e da política. Sua extrema atualidade é dom de Deus para a Itália e ponto de referência para o cristão que atua no campo político e social” –  declarou o Cardeal De Giorgi. E acrescentou: “Toniolo estava convicto de que somos todos chamados à santidade e que os leigos se santificam no mundo e para o mundo, sem serem do mundo, através do exercício de sua específica função, que é a animação cristã das realidades temporais.” E acrescentou o Cardeal: “Convicto de que a comunhão eclesial, segredo da credibilidade e eficácia do apostolado se constrói com a obediência, Toniolo foi sempre fiel  aos Sumos Pontífices da época: o beato Pio IX, Leão XIII, são Pio X e Bento XV, os quais sabiam poder contar com ele, num momento histórico em que a unidade dos católicos, devido à complexa `questão romana’  (unificação da Itália, tendo Roma por capital, tomada dos Papas) exigia mediadores inteligentes e de confiança, construtores de pontes e não de fossos, capazes de relações e de síntese, como Toniolo.”

A Sociedade da Juventude Católica, primeiro núcleo da Ação Católica Italiana, a FUCI (Federação Universitária Católica Italiana), a Obra dos Congressos e Comités católicos, a União Católica para os estudos sociais, a União Popular, o lançamento das Semanas Sociais encontraram em Toniolo um realizador ou animador e coordenador de projetos culturais, sociais e políticos, inspirado sob o ponto de vista cristão e de estruturas católicas inovadoras, como a Universidade Sagrado Coração de Milão.

O Presidente da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Bagnasco, indicou o novo beato como um intercessor para os leigos cristãos que querem viver plenamente sua vocação de cristãos e cidadãos. “Toniolo – esclareceu – com inteligência e humildade sempre procurou construir e propor, e não contrastar com um equilíbrio saudável, que respeita e afirma sempre a verdade dos fatos e dos princípios.”

Declarando-o beato, a Igreja nos diz que olhando seu exemplo, os leigos podem ver numa proposta concreta e vivida, o que significa ser cristãos no compromisso profissional, no âmbito familiar, nas concretas condições de vida, em que uma pessoa se encontra para a realização de sua existência.

Tendo nascido em Treviso a 7 de março de 1845, sua festa litúrgica será celebrada pela primeira vez no próximo dia 7 de outubro, dia de seu falecimento em Pisa, onde viveu de 1879 a 1918, ensinando na Universidade e daí dedicando-se em toda a Itália ao apostolado social e político.

Obs: O autor é  arcebispo emérito de Maceió.