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A vida é mais simples do que pensamos. Mas, a maioria de nós teima em pensá-la ao contrário. E tome preconceitos, taxações e verdades acabadas sobre a questão existencial, o que resulta em rabugice, amargor, frustração e pessimismo em estado bruto para dar, emprestar, alugar e vender.
Isso acontece porque estamos sempre atrás do ato heróico, para que possamos obter destaque entre os nossos e provar para todos que “somos”, “podemos”, “fazemos” e “acontecemos”.
Ainda mais diante do mundo exibicionista em que vivemos, resultado da cada vez mais crescente carência afetiva humana e do avanço dos meios de comunicação, estes que têm nos reality shows da TV e nos fotoblogs da internet duas das suas maiores vitrines. Um mundo previsto por um dos representantes da Pop Art americana, Andy Warhol que, no século passado, preconizou os quinze minutos de fama a que todo mundo teria direito.
Nesta louca e desesperada caçada pelo nobre ato acabamos – na maioria das vezes – dando com a cara no trivial, o qual desprezamos por ser o normal e porque acontece com todo mundo. Ou, o que é pior, às vezes, esbarramos no trágico, que põe-nos de ponta-cabeça, revelando-nos a nós mesmos, mas, para cuja revelação, sequer estamos prontos.
Esquecemos e teimamos em não querer aceitar que a vida está no trivial. É ele que nos revela. Ainda mais sabendo que geralmente somos uma pessoa fazendo alguma coisa sem ninguém olhando, e outra, fazendo a mesma coisa com alguém observando.
Assim, toda a nossa luta está entre desejar ser o protagonista e em não querer ser o antagonista no drama-tragédia-comédia que é o viver. Por isso, a busca desenfreada pelo heróico.
E seguimos nessa vida sempre entre o trágico e o heróico. Mas, o trivial – teimoso e sorrateiro – insiste em roubar a cena e quase sempre acaba sendo ele o protagonista da novela da vida real.
Obs: O autor é Jornalista e Gestor Cultural.
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