Taciana Valença 15 de dezembro de 2019

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Pegadas contornam idas e vindas.
Águas frias do maramante.
Mergulho, agora contido, pelo baixar da temperatura.
Pés queimam na finareia sob sol a pino.
Cotidianamente se afasta de si mesma, cruzando-se, vez por outra, pelo quarto ou espelho, onde olhos, duplicados, cobram respostas.
Apenas sussurros cortam o sério silêncio.
Não há tempo para escuta. Não hoje, porque hoje urge o amanhã, onde quem sabe os risos possam quebrar o gesso imposto pelo desgosto dos desassossegantes dias.
Saber do findar antes de assistir ao mundo humano.
O poema acontece,
adoecendo ao amanhecer.
Gosto vencido, cheiro de podre, ares de oprimido.
Olha o retrovisor. Por trás dos carros, impacientemente enfileirados, o sol se deita. Um avião risca o sol ao meio. Seus olhos viajam.
Alguém buzina, manchando a tela, trazendo a prontidão.
Não há parada, nem próxima estação.

Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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