No meio daquela multidão que cercava Jesus, todos querendo se aproximar dele, algumas crianças gritavam e empurravam para chegar mais perto. Foi quando Jesus se deu conta daquelas crianças e disse: “Deixem que as crianças venham até mim, porque delas é o Reino dos Céus!”. Até aqui esta pequena história, é a verdade de um trecho da vida de Jesus, daqui pra frente o que segue é fruto da minha imaginação no desejo de deixar uma mensagem para vocês, minhas crianças do 1º ano.

Depois que as crianças se aproximaram de Jesus e foram abençoadas por Ele, sobrou num canto um pequeno menino que discutia com um dos amigos de Jesus segurando um pedaço de papiro, que era o papel daquela época. Quando Jesus chegou mais perto e deixou que o menino explicasse, entendeu o motivo da sua preocupação.

Levi era o nome daquele pequeno de quase 7 anos e estava ali decidido a falar com Jesus, com o objetivo de resolver dois problemas importantes na sua vida. E como ele tinha ouvido dizer que Jesus era um Mestre, ele colocou em Jesus a esperança para acalmar o seu pequeno coração.

O seu assunto era sobre a vontade de escrever sobre a sua vida; mas dizia  não conseguir porque tinha aprendido há pouco tempo e não sabia escrever todas as palavras. E a outra dificuldade que o entristecia ainda mais, era que não podia falar sobre o seu pai porque todo mundo tinha lhe ensinado que ele só tinha mãe.

Emocionado com aquele pequeno muito triste, Jesus tomou Levi no colo, afastou-se de todo mundo para debaixo de uma árvore e começou a conversar com ele de uma forma atenta e carinhosa.

Sobre a sua dificuldade de escrever tudo, Jesus alertou ao pequeno Levi que as poucas palavras que ele sabia escrever era como os poucos passos que ele tinha dado quando menor, eram apenas um início e todo começo parece pouco, mas é muito importante para alcançar o muito. E que ele devia se alegrar bastante com o que tinha aprendido para se animar em aprender muito mais. Daquele começo de conversa já surgia também um começo de sorriso no rosto do Levi.

Jesus tentou responder a segunda e mais importante questão daquela criança, contando-lhe sua própria história. Jesus falou que quando nasceu não tinha nem uma casa, nem um cantinho para nascer direito; era tão pobre que teve que nascer num coxo onde comem os animais, chamado manjedoura.

– Contaram-me, seguia falando Jesus, que o lugar cheirava mal, era frio e escuro e só tinha o amor e o cuidado dos meus pais.

Esta história do meu nascimento às vezes me deixava triste, dizia Jesus, porque sempre ouvia as outras crianças falarem com orgulho e vantagem sobre as festas dos seus nascimentos, das muitas visitas, das roupinhas novas e quentinhas. Só que fui aprendendo também quanto o meu nascimento foi importante para mim, minha família e hoje para muita gente. Aprendi com a minha Mãe que a gente nunca vai ter tudo que deseja, mas que a nossa vida pode ser muito feliz quando nos alegramos com o que temos e com o bem que podemos fazer aos outros. Aprendi também, quando perdi meu Pai, o Bom José, que todos nós temos um Paizinho que nunca perderemos e que está conosco o tempo todo, nos amando e protegendo. Foi o único instante que o Levi interrompeu a Jesus: “Um Pai que está conosco o tempo todo? Para sempre?”. Sim Levi, para sempre!

Então você pode sim escrever a sua história, mais ainda, você deve seguir vivendo, fazendo muitas coisas boas, amando muito a sua família, ajudando a todos os seus amigos e tentando dividir tudo o que você tem, especialmente as coisas boas do seu coração e da sua inteligência. Você vai sentir uma alegria enorme em fazer os outros felizes com tudo que você pode repartir, além de ter muitas histórias bonitas para contar.

Neste instante, Jesus sentia o pequeno coração do Levi bater muito forte, quando recebeu um abraço misturado a beijos do agradecido pequenino, que saiu correndo sem mal se despedir. Só deu tempo de Jesus gritar: “Levi, pra onde você vai com tanta pressa?”. E só deu tempo do pequeno corredor responder aos gritos: “Preciso contar aos meus amigos que agora eu posso escrever a minha história com as palavras que eu sei… e que eu tenho um Pai sim, que me ama e está comigo para sempre… o tempo todo… para sempre!”.

Meus pequenos escritores, meus queridos autores…sejam muito felizes!
Um grande abraço do Tio Ivan.

 Texto escrito para as crianças que concluíram a Educação Infantil.

Ivan Rodrigues
[email protected]
Psicólogo, Educador e representante do Colégio Antares no Programa das Escolas Associadas da UNESCO.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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