Padre Beto 15 de dezembro de 2019

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April Burns é a ovelha negra da família. Ela não se dá bem com a mãe, Joy, mas ainda assim oferece o apartamento que divide com seu namorado Bobby para festejar o Dia de Ação de Graças. Como se não bastasse a pressão causada por essa situação, as coisas começam a dar errado: a jovem descobre que o forno não está funcionando e pede ajuda aos vizinhos, com quem nunca fez questão de ser simpática. Enquanto isso, no carro que leva a família para a casa de April, a conversa gira em torno do mesmo tema: os defeitos da moça. Através de um dia conturbado, “Do Jeito Que Ela É”, de  Peter Hedges, mostra como podemos tornar nossa vida algo sem significado e, portanto, frustrante para todos.

O discurso apocalíptico de Jesus em Lc 21, 25-28.34-36 não diz respeito ao fim do mundo, mas ao fim de um determinado mundo. Em primeiro lugar, temos que nos conscientizar de que nossa vida é cheia de mudanças e crises. Estas representam a transformação de um mundo simbolizada por todas as mudanças cósmicas descritas no Evangelho de Lucas. Entre todas as mudanças, a maior que iremos vivenciar é a nossa morte. Mas no discurso de Jesus somos alertados para não termos um coração insensível diante de todas as mudanças. Na Antiguidade, o coração não somente era o centro das emoções, como também o centro de nosso pensamento. Portanto, ter um coração insensível é viver de forma insensata, não pensada, não refletida. Por isso, Jesus cita alguns exemplos. A gula nos faz simplesmente comer, encher nosso estômago. Quem possui o vício da gula dilata seu estômago e não se sente saciado, e nem sente mais o sabor dos alimentos. O contrário da gula é o hábito de alimentar-se. Alimentar-se é saber o que comer e quanto comer, é saber que sempre devemos deixar um pouco de fome em nosso estômago e quais alimentos escolher para que nosso organismo se fortaleça. A gula é uma forma insensata de matar a fome. Da mesma forma é a embriaguez. Eu me embriago quando simplesmente bebo. Beber uma cervejinha, um vinho ou mesmo a nossa cachaça não é nenhum mal em si, mas a embriaguez possui a intenção de anular o meu eu através da bebida; portanto, através dela eu simplesmente bebo e até mesmo nem percebo o gosto da bebida. O contrário da embriaguez está o ato de degustar uma boa cerveja, um bom vinho, uma cachaça da terra. Aqui eu não somente sinto o gosto da bebida, mas ela geralmente é um motivo de confraternização com meus amigos. Por último, Jesus cita as preocupações com a vida. Estas podem nos tornar insensíveis, insensatos, pessoas que realizam seus afazeres no dia-a-dia simplesmente para cumpri-los. Ter um “coração sensível” é tentar refletir sobre todos os nossos atos e comportamentos e enxergá-los em um contexto maior, em um contexto social. Nós nos realizamos como pessoas e encontramos o sentido da vida quando possuímos atitudes que são significativas não somente para nós mesmos mas para o mundo a nossa volta.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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