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Foi um fato surpreendente. Nunca a realização de um “Sínodo” tinha encontrado tanto interesse.

As agências de notícias começaram a divulgar extensos conteúdos, não isentos de impropriedades conceituais e de terminologia equivocada.

Houve algumas circunstâncias que colaboraram na divulgação do assunto. A preocupação com o meio ambiente, a emergência de uma nova consciência coletiva, junto com novos conceitos que iam se difundindo em torno de um assunto que merecia a atenção da opinião pública.

São muitos os enfoques que o assunto pode comportar. Limito-me a algumas ponderações em torno do episódio central de todo o evento, que foi a realização de um “Sínodo”, desta vez um “Sínodo pan-amazônico”, isto é, envolvendo todos os países sul americanos que detêm parte do território da Amazônia. Junto com o Brasil: Bolívia, Equador, Colômbia, Peru, Venezuela, e as Guianas (Inglesa, o Suriname e a Guiana Francesa).

O episódio pode ter colaborado para atualizar um pouco nosso conhecimento de Geografia, o que sempre é válido. Pode até nos surpreender o fato de encontrarmos no território sul-americano a presença de uma “colônia francesa”, que também participou deste Sínodo “pan-amazônico”.

Pois bem, o que mais passou a intrigar a opinião pública foi a realização de um “sínodo”. O que seria esse sínodo, e por que seria ele “pan-amazônico”!

As mentes começaram a serenar, na medida que se tomava conhecimento dos procedimentos deste sínodo. Ele não seria realizado aqui em nosso continente. Mas em Roma, no Vaticano, onde existe um auditório construído pela Igreja para a acolher os diversos sínodos que vão sendo realizados.

Portanto, os sínodos não são de hoje, faz tempo que a Igreja realiza sínodos, desde a realização do evento maior da Igreja Católica em nossa época, que foi o Concílio Ecumênico Vaticano Segundo, realizado de 1962 a 1965.

Portanto, o evento maior da Igreja Católica em nosso tempo foi o Concílio, que reuniu todos os bispos da Igreja Católica. Dificilmente irá se repetir esta façanha, dadas as mudanças tecnológicas que possibilitam uma comunicação mais eficaz no mundo inteiro.

Pois bem, antes que terminasse o Concílio, em 1965, Paulo Sexto criou a possibilidade de reunir, junto ao Papa, uma espécie de “conselho permanente dos bispos”, para auxiliar o Papa a exercer sua importante missão eclesial.

Partindo destas observações, certamente haveria um espaço mais amplo para um diálogo positivo sobre a relação existente entre “Concílio Ecumênico”, e “Sínodo de Bispos”.
7 de novembro de 2019

Obs: O autor é Bispo Emérito de Jales.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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