Aos poucos vou me entendendo melhor, buscando um sentido maior para minhas horas.
Tento me situar no Universo, principalmente na hora marcada com o travesseiro.
Meu habitat sou eu, e é nele que busco o conforto e também meus infernos.
E tenho mudado tanto que me assusto. Ultimamente a perplexidade ronda meus dias, então me atenho aos afazeres, talvez fugindo do real acinzentado e sem sentido que me rodeia e tenta me roubar a alma.
A poesia se ressente, enquanto eu me ausento do que me angustia.
Tenho sim, me esforçado para acreditar em tantas coisas, para que a claridade surpreenda as noites sombrias. Mas meu ceticismo vence, parecendo rasgar as entranhas.
Mordo a tampa da Bic, companheira de riscar livros (que absurdo!), porque até os livros eu quero tocar, sentir a alma e a respiração.
Talvez misture nossos caminhos, tornando o inorgânico, orgânico, apenas para que às vezes respire por mim.
E hoje eu estou cansada, cansada de ver o ser humano ceifando suas auroras.
Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/
Imagem enviada pela autora