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Entramos no mês do aniversário de Jesus de Nazaré. Isso para os cristãos do mundo todo. Ao mesmo tempo o capitalismo inventou um grande concorrente ao aniversariante do dia 25, o papai Noel. Com cara de velhinho bondoso, distribuindo presentes para crianças inocentes. Na realidade o velhinho de vermelho é um lobo disfarçado de vovozinha para comer os que se deixam seduzir pela publicidade comercial. Mais recente inventaram outro mito publicitário para iludir pessoas desatentas.

Esse tal de black Friday foi inventado lá na capital do capitalismo consumista, Nova York. Foi uma jogada muito esperta do consumismo capitalista para atrair compradores de produtos, durante dias de celebrações sociais como o Natal por exemplo. Impressiona num país como o Brasil com 13,5 milhões de desempregados. Além desses há outros milhões de trabalhadores com salário mínimo para sobreviver com a família. Certamente muitos desses devem ter corrido às lojas pra comprar pelo black Friday com propaganda de preços baixos de 40 e 70%.

Então tem iludidos consumidores que compram geladeira, ferro de engomar, telefone celular, cosméticos, camisolas e calças gins. A técnica publicitária induz os consumidores a comprar coisas não necessárias, mas que o comércio diz que são mais baratas, porque é a tal black Friday. Torna-se uma virose e o povo corre que nem gado a se submeter aos caprichos do capitalismo. Mas como escapar da sedução? Se a propaganda é agressiva, dando a impressão de que quem não compra nesse dia é otário, ou pobre demais. É preciso muita disciplina para não se cair nesse canto do jurupari..

Afinal, quem ganha com o black Friday? Certamente que as fábricas e o comércio, esses sim, terminam o dia sorrindo para as paredes. Logo mais chega véspera de natal e entra outro concorrente ao aniversariante Jesus de Nazaré, o papai Noel. Este sim, é outro aniversariante do dia 25 , excelente para o comércio e triste para os que gastam dinheiro com mais um fake mito.

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.