Ina Melo 15 de novembro de 2019

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Cheguei em Lisboa nos últimos dias de abril. A Primavera surgia em cada Parque e Jardim. O Tejo corria placidamente o seu lençol prateado por entre cidades e vilas. Às margens verdejantes encantavam os passantes. Tudo floria nas alegres vestes das mulheres e crianças do campo. Na alegria da descoberta, eu mulher jovem e de espírito livre,  mergulhava nas estreitas ruas da Alfama e me deslumbrava com os centenários sobrados de varandas bordadas e paredes coloridas. Pequenas mesas com alegres toalhas de xadrez era um convite a um gostoso café matinal. Perdida entre o hoje é o ontem eu continuava a desbravar essa cidade que aprendi a amar desde pequena, ouvindo histórias de saudades do avô quase centenário. Foi através de suas mãos trêmulas, folheando vários livros que aprendi a amar essa cidade-mãe do meu país. Foram precisos três décadas para que o sonho acontecesse. Eis que a realidade supera toda a expectativa! Em cada praça, em cada esquina encontro um mundo rico de histórias. De repente, sento e vejo ao meu lado Fernando Pessoa. Aí, de olhos arregalados vejo-o sorrindo a dizer. “Então oh menina, valeu a pena a travessia?”. Perco a voz e questiono. Delírio ou realidade? Sigo e o dia esmaece. Um frio gostoso me envolve.  No Hotel, estiro as pernas na imensa cama onde, talvez, alguma rainha tenha deitado. As cortinas leves balançam com a brisa vinda do mar. Agora sou a amada maior do garboso Pedro. A Inês de Castro, aquela que viveu um amor que não era seu e por ele se encantou. Retroajo no tempo. Estou no Século XXI e uso um longo preto, me enrolo num chalé de franjas e vou ao encontro do Fado, ouvir e chorar todas as dores do amor! Ah! Estou só e solidão e música se abraçam numa infinita saudade, palavra doce e que diz tudo dos sentimentos! Lisboa de doces lembranças! Out/019

Obs: Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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