Rômulo Viana 1 de novembro de 2019

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Quando criança fazia as coisas de criança: falava, sentia e sonhava. Sonhava sonhos bobos de criança. Aqueles que nos prometemos cumprir com o primeiro salário ganho. Entre esses sonhos constavam comprar uma caixa de biscoitos recheados, pacotes de refrigerantes em lata (para beber feito água), uma bicicleta de marcha, e até mesmo o vídeo game tão sonhado. Sonhos típicos de criança: bobos e infantis.
Mas como diria Rubem Alves, chega um tempo em que o adulto produtivo devora a criança inútil. Um tempo em que a criança torna-se homem e deixa as coisas de criança. Me tornei homem, mas nem tudo do meu eu criança deixei sepultado no passado. Dos muitos sonhos prometidos a minha criança, alguns tornei realidade como o vídeo game comprado com um dos primeiros salários. Dos sonhos não cumpridos, o refrigerante no lugar da água na geladeira (que bom nunca se concretizou). Dos sonhos ainda não cumpridos o carrinho de controle remoto (esse talvez se realize para meu filho) sempre pesquisado nas promoções de internet.
Cresci em tamanho e idade. Mas nunca deixei de ser criança. Às vezes me pego até mesmo fazendo tolices. Às vezes me pego sonhando como criança, só que não os mesmos sonhos de “minha infância querida que os anos não trazem mais”.

Obs: O autor é poeta e fotógrafo amador. Trabalha na UFOPA / campus de Óbidos.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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