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No canto da sala em seu trono de rodas
a velha sorri à visita imprevista.
Nos olhos opacos o medo escondido
espreme a palavra na boca agredida.

A filha desfia razões duvidosas
às manchas que exploram a tez maternal:
– São marcas do tempo, borrões da velhice
que não danificam o brilho ancestral.

O beijo forjado na pedra do peito
em pouso enojado simula candura,
seguido do tom falacioso ensaiado:
– Eu amo mamãe! Ela é a minha fortuna.

A velha cansada de tanta mentira
arranca as mordaças que oprimem o rogo;
e antes de aninhar-se no colo da morte,
enfim, vocifera: – Socorro! Socorro!

Obs: O autor é membro da Academia Pindamonhagabense de Letras é autor de: Lágrimas de Amor – poesia; O sapinho jogador de futebol – infantil; O estuprador de velhinhas & outros casos – contos; Histórias de uma índia puri – infanto-juvenil; O casamento do Conde Fá com a Princesa do Norte, e Um caso de amor na Parada Vovó Laurinda – cordéis.

Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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