[email protected]
www.palestrantededireito.com.br
Dezesseis de novembro é o Dia Internacional da Tolerância.
É preciso estar atento a rótulos e a lavagem cerebral. A tolerância é condição de sobrevivência da Humanidade. Não apenas em plano internacional, mas também no Brasil, buscar o aperto de mãos, construir pontes, celebrar o diálogo – é o caminho da Paz
Corre com frequência a ideia de que o Islamismo é incompatível com os ideais democráticos.
O Fundamentalismo, ou seja, a pretensão de deter toda a verdade, a intolerância para com o divergente, o carimbo de herege aposto aos que discordam não é monopólio do Islã. Também entre os cristãos existem fundamentalistas.
O Islamismo não é incompatível com os Direitos Humanos.
Mais do que o que li em livros, tenho sobre esta matéria um depoimento pessoal. Tive a oportunidade de participar, na França, de um Congresso Internacional Islâmico-Cristão. Foi uma das mais belas e importantes experiências que esta vida, já alongada, me proporcionou. Naquele encontro fraterno, marcado pela tolerância e pelo despojamento, homens e mulheres portadores de crenças diferentes procuramos descobrir nossas identidades, em vez de realçar nossas divergências.
Que doçura para a alma de um cristão ouvir, face a face de um muçulmano, que o Islamismo prescreve a fraternidade; adota a ideia da universalidade do gênero humano e de sua origem comum; ensina a solidariedade para com os órfãos, os pobres, os viajantes, os mendigos, os homens fracos, as mulheres e as crianças; estabelece a supremacia da Justiça acima de quaisquer considerações; proclama a liberdade religiosa e o direito à educação; condena a opressão e estatui o direito de rebelar-se contra ela; estabelece a inviolabilidade da casa.
Há uma forte incidência da herança judaico-cristã no arcabouço do Islamismo.
Este abismo, que se proclama existir, entre o Ocidente e o Mundo Islâmico, tem razões políticas e econômicas. Não se baseia na verdade.
Hoje Satã é o Islã, como no passado historicamente recente, Satã era a Alemanha e a Itália. A propósito de alemães e italianos, a propaganda era feita com tal malícia e capacidade técnica que brasileiros supunham ser um dever patriótico perseguir imigrantes que descendiam desses povos europeus. Meus ancestrais, de origem germânica, experimentaram esse sinete.
Para aprofundar a reflexão, pousemos os olhos sobre a seguinte passagem do Profeta Maomé:
“Eu não sou senão um homem. Se eu vos ordeno qualquer coisa de vossa Religião, segui-me. Se eu vos ordeno qualquer coisa que revela minha opinião, eu sou apenas um homem. O que diz respeito à Religião cabe a mim. No que diz respeito aos negócios do mundo, nisto vós sabeis mais do que eu”.
Obs: O autor é magistrado aposentado (ES), escritor, professor, palestrante.
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2197242784380520
É livre a divulgação deste texto, por qualquer meio ou veículo, inclusive através da transmissão de pessoa para pessoa.