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1 – CELEBRANDO A SAUDADE E A ESPERANÇA: ADEUS!

 

ADEUS!

O culto em memória dos “Defuntos” é tão antigo quanto a própria morte…

Nós cristãos e cristãs, porém, seguidores e seguidoras d’Aquele que morreu, mas ressuscitou, quando homenageamos as pessoas que terminaram suas vidas neste mundo (“finados”), não lembramos “mortos”… Não valeria a pena gastar tanta energia e emoção, se quem morreu “se acabou”…

Sobretudo, quando a lembrança que temos é de alguém que fez de sua vida uma expressão de amor, aí é que seria um absurdo imaginar essa pessoa como “morta”.

Afinal de contas, a fé na Ressurreição é a fé na vitória do Amor. O Amor para nós é sinônimo de “vida eterna”, porque o Amor é Deus, “pois Deus é amor”, assim se lê na 1ª Carta de João 4,8.

A tradição cristã, então, em vez de lembrar os que morreram com lamúrias e lamentações, faz memória dessas pessoas com cantos, hinos e salmos de esperança.

E por mais que soe triste a nossos ouvidos a palavra “Defunto”, essa é a palavra correta.  “Defunta” é a pessoa que desempenhou seu papel completamente, cumpriu sua missão, como diz o Apóstolo Paulo, “combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (2ª Carta a Timóteo 4,7).

E a gente se despede destas pessoas ou faz memória delas, reverenciando-as e dizendo, esperançosamente “Adeus!”, isto é, professando nossa fé na certeza do reencontro, um dia, com elas, nada menos que “em Deus”, na “Casa do Pai-Mãe” de todos e todas nós, em Jesus Cristo que morreu e ressuscitou.

Este Dia de Finados de 2019 ocorre em meio a notícias estarrecedoras sobre escândalos envolvendo os mais altos poderes desse país com crimes e mortes…

Recordar, hoje, entre outras pessoas, MARIELE Franco, vereadora do R. de Janeiro, assassinada a mando dos poderosos de plantão, nos leva a olhar para o Céu, confiar na Justiça de Deus, e nos comprometermos com a luta de toda a Classe Trabalhadora por Direitos e liberdade, por Justiça e PAZ!

 2 – FESTA DE TODOS OS SANTOS E SANTAS, TESTEMUNHAS DO SENHOR

Mt 5,1-12

 A palavra usada por Jesus, “Felizes!”, corresponde ao nosso “Parabéns!”.
Jesus felicita aquelas pessoas que fazem a diferença, do ponto de vista do Reino de Deus. E ser santo ou santa não é mais nem menos que isso:
– sentir-se e colocar-se, diante de Deus e dos seus semelhantes, como alguém que precisa de tudo e de todos, do Pai e dos irmãos e irmãs, um pobre, uma pobre, isto é, sem outra pretensão que estar à disposição do Pai”, colocar-se a serviço dos irmãos e irmãs…
– tomar pra si a dor alheia, ser solidário no sofrimento,
– ser incapaz “de matar uma formiga”, de violentar quem quer que seja…
– ter fome e sede da Justiça do Reino, indignar-se perante toda injustiça…
– ser capaz de compreender e perdoar…
– ter um coração sincero, sem dolo, sem falsidade, sem hipocrisia…
– trabalhar pela paz…
– mesmo que para isso tenha ser mal visto, odiado e perseguido!

Antes de nós, as pessoas que hoje homenageamos como Santos e Santas já receberam os “parabéns” de JESUS!
Cabe a nós espelharmo-nos neles e nelas, e procurarmos fazer a diferença, como eles e elas fizeram, onde quer que a vida nos coloque! Somente assim, nossa homenagem será sincera, e honesta, a nossa devoção aos santos e santas.
O mundo precisa de testemunhas do bem, mais do que de técnicos do progresso e de pregadores da religião. Como dizia Gandhi: “Seja você mesmo a mudança que deseja para o mundo!” E Agostinho Neto, o primeiro presidente socialista de Angola, completa: “Não basta que seja pura e justa a nossa causa. É preciso que a pureza e a justiça estejam dentro de nós!”.

Santos e Santas: mais que somente “proteção”, os Santos e Santas, sejam para nós, antes de tudo, inspiração

…..

Releia as “Bem-Aventuranças, uma por uma… e vá passando em revista as pessoas com quem você convive… Tente identificar nelas esses traços, esse perfil traçado por Jesus… “Santidade” é isso!

E, à medida que você for identificando esses traços nas pessoas de sua convivência, encontre uma oportunidade e um jeito de parabenizá-las por isso… E cante o canto que celebra a santidade sugerida por Jesus… E seja feliz por isso.

Mais que nunca, as Bem-Aventuranças são um programa de vida! Fé e coragem!

3 – DOMINGO DO DEUS VIVO, DEUS DOS VIVENTES!
Lc 20,27-38

A seriedade com que Jesus responde à “piada” contada pelos saduceus, gozando com a crença na ressurreição dos que morrem, nos deveria inspirar uma séria reflexão sobre como encaramos a fatalidade da morte… Final de ano, Dia de Finados, Festa de Cristo Rei, que, também, poderia ser celebrada como “Festa do Julgamento Final”, é tempo de retomar, à luz da fé em Jesus Cristo, essa realidade com que nos defrontamos todos os dias, como coisa que acontece com os outros e, um dia, teremos que enfrentá-la como “coisa nossa”… Crer na ressurreição é uma intuição que explode como um raio nas noites de trovoada. É superar o absurdo de aceitar, por exemplo, que a caminhada de Abraão tenha terminado na escuridão do túmulo… que a Terra Prometida a Moisés e seu povo tenha tido como desfecho um cemitério… que a vida de Jesus, entregue por amor à humanidade tenha se esgotado no apodrecimento de um sepulcro… Assim como acreditamos que valeu a pena caminhar na fé, como Abraão… que valeu a pena perseguir, na esperança, os caminhos da plena liberdade, com Moisés… que o Amor de Jesus foi para sempre vitorioso, assim também, acreditamos que nosso peregrinar nesta terra, todo o esforço para torná-la, aqui e agora, o paraíso dos nosso sonhos, uma terra de justiça e fraternidade, de amor e de paz, terminará, infalivelmente, num futuro eterno de felicidade e paz… Importante é viver todas as realidades do cotidiano com a liberdade dos “anjos”, a criatividade dos artesãos, a paixão dos militantes, a certeza dos crentes. Escute, então, esta sugestão:

 “Se você está desanimado, se você não acredita em nenhum político, se você não acredita no Lula, no Haddad, no Bolsonaro, no Ciro, no Boulos, na Marina… Ainda assim, não desanime. Porque o político bom que você sonha, quem sabe, não esteja em nenhum de nós, esteja dentro de você. Então, ao invés de negar a política, assuma a responsabilidade de que o Brasil é seu, e lute!” LULA.

……
O Documento de Aparecida

– 2007 –

  1. Os féis leigos (e leigas) são “os cristãos incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Realizam, segundo sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo” (LG 31). São “homens (e mulheres) da Igreja no coração do mundo, e homens (e mulheres) do mundo no coração da Igreja” (Puebla 786).
  2. Sua missão própria e específica se realiza no mundo, de tal modo que, com seu testemunho e sua atividade, contribuam para a transformação das realidades e para a criação de estruturas justas segundo os critérios do Evangelho. “O espaço próprio de sua atividade evangelizadora é o mundo vasto e complexo da política, da realidade social e da economia, como também da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos ‘mass media’, e outras realidades abertas à evangelização, como o amor, a família, a educação das crianças e adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento” (EM 70). Além disso, eles têm o dever de fazer crível a fé que professam, mostrando autenticidade e coerência em sua conduta.
  3. Os leigos são também chamados a participar da ação pastoral da Igreja, primeiro com o testemunho de vida e, em segundo lugar, com ações no campo da evangelização, da vida litúrgica e outras formas de apostolado, segundo as necessidades locais sob a guia de seus pastores. Estes estarão dispostos a abrir para eles espaços de participação e confiar-lhes ministérios em responsabilidades em uma Igreja onde todos vivam de maneira responsável seu compromisso cristão. Aos/às catequistas, ministros (e ministras) da Palavra e animadores (e animadoras) de comunidades que cumprem magnífica tarefa dentro da Igreja, os/as reconhecemos e animamos a continuarem o compromisso que adquiriram no batismo e na confirmação.

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 Comunidades Romeiras do Reino, no campo e na cidade, em busca da JUSTIÇA e PROFECIA A SERVIÇO DA VIDA! Para que o Reino de Deus aconteça “assim na terra como no Céu”!

Obs: REGINALDO VELOSO, presbítero leigo das CEBs (essa é minha condição eclesiástica atual, o que me deixa particularmente feliz)
– Membro do MTC (Equipe Maria Lorena – Recife)  (terminou meu “mandato” como “Assistente Regional”)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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