Dênis Athanázio 1 de novembro de 2019

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Por mais que tentemos, não há como fugir, pois de alguma forma a vida nos pega, nos encontra. Faz-se necessário vivenciarmos a passagem e a elaboração dos lutos cotidianos da nossa história. É claro que é uma tarefa árdua e não linear, pois os nossos sentimentos não funcionam como as regras gramaticais. Sentimos que o ponto final nunca é o final da história e que a vírgula nem sempre significa uma pequena pausa para respirar.

A grande questão é que sem esse enfrentamento e elaboração desses lutos, corremos o risco de estagnarmos em algum lugar do tempo, esperando a volta de algo que nem existe mais. É como peneirar o vento, ou correr em volta do próprio rabo.

Algumas pessoas paralisam suas vidas decidindo apenas morar no tempo cronológico da saudade, pois a saudade é por definição, o amor insistente que o presente sente pelo passado. O passado pode ser revisitado, ou servir como uma casa de passagem, mas pode ser perigoso quando passa a ser uma moradia fixa em nossa mente, pois a vida pulsa e está sempre em movimento até mesmo quando nos sentimos paralisados psiquicamente.

Agora, se passarmos (cada um a seu modo) por esses lutos e lutas existenciais, talvez consigamos mudar de endereço, renascer, reconstruir e fertilizar novas ideias, novos relacionamentos e outros sentidos de vida. Nem toda morte é ruim, e tudo o que fertiliza vem de algo que já morreu. Essa é a boa morte, aquela que nos faz parir outros futuros.

Obs: O autor é Psicólogo, palestrante, terapeuta de família casal.
Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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