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A Santa que o calendário litúrgico comemorou na última quarta-feira,  6 de julho, parece-me ser realmente uma santa para as jovens de hoje: Santa Maria Goretti, virgem e mártir. Num tempo, em que a permissividade sexual chegou ao ponto de que algumas meninas terem vergonha de serem “ainda” (dizem elas) virgens e que brincadeiras, do tipo “virgindade dá câncer”, serem usuais entre as jovens… nesse tempo, Maria Goretti, mártir da pureza aos 12 anos,  se apresenta como  corajoso apelo aos valores da castidade virginal.

Nasceu ela em 1890 em Corinaldo, no centro da Itália, de família  camponesa, numerosa e muito pobre. Com a morte do pai, foram residir de favor numa localidade perto de Roma (“paese” diz-se na Itália) na casa dos Serenelli,  uma família composta do pai viúvo e dois filhos homens.

 Um deles, de nome Alexandre,  violento e viciado no sexo, enamorou-se de Maria e, por várias vezes, tentou, sem êxito, manter relações sexuais com ela, que tinha que ficar em casa cuidando dos irmãozinhos menores. Até que um dia, em que estavam sozinhos, sem nenhum adulto em casa, Alexandre foi procurar Maria na cozinha, onde ela estava rezando, em união com Deus. De grande força, de maior idade e estatura, Serenelli tentou forçá-la a manter relações sexuais com ele, enquanto ela gritava: ”Não, não, isso é pecado.”  Catorze facadas com uma faca da cozinha foi a trágica resposta do agressor sexual.

 Acudida depois por sua Mãe,  Maria morrendo repetia: “ Sim, eu o perdôo. Lá no céu eu rogarei a Deus para que ele se arrependa. Quero que ele esteja junto comigo na glória celestial”. Assim, Santa Goretti uniu o heroísmo da pureza ilibada, ao heroísmo do sumo e total perdão. Foi o SIM a Deus pela pureza e pelo perdão e o NÃO ao pecado do sexo e ao ódio de qualquer vingança ou castigo que fosse.

Alexandre Serenelli, depois de cumprir a pena pelo crime de assassinato de uma inocente, reabilitou-se moralmente e foi trabalhar de jardineiro num convento de frades em Roma. Fato único na história da Igreja, o assassino arrependido participou junto com a mãe de sua vítima, que também o perdoou, da cerimônia de sua beatificação na praça de São Pedro, com 400 mil pessoas..

O Papa Pio XII, que presidiu a solene cerimônia, disse entre outras coisas: “Na vida desta humilde mocinha, pode-se ver um espetáculo, não apenas digno do céu, mas digno também de ser admirado e seguido pelas pessoas do nosso tempo. Esforcemo-nos todos para alcançar a posse do reino dos céus, confiados na graça de Deus. Sirva-nos de estímulo a santa virgem e mártir Maria Goretti. Que ela, da mansão celeste, onde goza da felicidade eterna, interceda por nós junto ao divino Redentor, a fim de que todos, nas condições de vida que são as nossas, sigamos os seus gloriosos passos com generosidade e vontade firme.”

Maria Goretti é realmente uma santa para os nossos tempos…

Obs: O autor é arcebispo emérito de Maceió. 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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