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“O ‘se’
Não existe
Ou ao menos
Não existe
Quando tenho
De escolher
Entre a
Direita
Entre a
Esquerda
Quente ou
Frio:
Morno, eu vomito
Pudera
Todo ser pensante
Tomar
Um caminho
Sem nem
Olhar para trás
Sem nem
Arrepender
De ter
Caído do cavalo
E passado a
Enxergar o mundo
Com as próprias
Pernas”
(“Terceira Carta aos Coríntios”, Patricia Tenório, 19/08/14, 19h25)
Obs: Patricia Gonçalves Tenório (Recife/PE, 1969) escreve prosa e poesia desde 2004. Tem onze livros publicados, com premiações no Brasil e no exterior, entre elas Melhor Romance Estrangeiro por As joaninhas não mentem (em outubro, 2008) e Primo Premio Assoluto por A menina do olho verde (em outubro, 2017), ambos pela Accademia Internazionale Il Convivio, Itália); Prêmio Vânia Souto Carvalho (2012) da Academia Pernambucana de Letras (PE) por Como se Ícaro falasse, e Prêmio Marly Mota (2013) da União Brasileira dos Escritores – RJ pelo conjunto da obra. Mestre em Teoria da Literatura (2015, UFPE) e doutora em Escrita Criativa (2018, PUCRS).