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No próximo domingo inicia em Roma o Sínodo para a Amazônia. Lembrando que o tema central é duplo, Novos caminhos para a evangelização na Amazônia e, a ecologia integral. Por conta desse duplo objetivo, o sínodo tem levantado aplausos entusiasmados e críticas graves. De um lado, é considerado uma esperança de renovação no modelo de anunciar a Boa Nova de Jesus. Mas, como ele fazia na Galileia, escutando os pobres e atendendo aos mesmos, como certeza da presença do reino.

Por outro lado, há pessoas reacionárias, com formas de fé tacanha, que consideram o Papa Francisco um herege e o sínodo para a Amazônia um absurdo. Tudo como a sociedade tratava Jesus em Israel. De um lado, os doutores da lei, que o consideravam herege merecedor de morte; de outro, os pobres da Galileia, mulheres, cobradores de impostos e pescadores de Cafarnaum.

Por que a Amazônia se torna lugar eclesial precioso? Por que incluir nas discussões do sínodo, a questão de ecologia integral,  sendo um encontro religioso? Papa Francisco responde a isso em sua exortação apostólica Laudato Si. Ao falar do evangelho da criação, se referindo ao livro de gênesis, onde Javé conclui a obra da criação e entregando ao ser humano com a seguinte tarefa: “Cultive a natureza e dela usufrua”. O que os seres humanos estão fazendo? Exatamente o contrário. Escute este exemplo de crime contra Deus:

“Entre 30 de janeiro e 4 de fevereiro deste ano, o cenário era desolador entre as cidades de Cláudia e Sinop, a 500 km de Cuiabá, ao norte em Mato Grosso. 13 toneladas de peixes de todos os tamanhos boiavam mortos às margens do rio Teles Pires, na área do reservatório da usina hidrelétrica Sinop”. A reportagem é de Caio de Freitas Paes, publicada por BBC News de ontem.

 Os crimes contra Deus e contra os povos tradicionais da Amazônia se repetem por governos, empresários, e tantos outros. Por isso e pelo compromisso que cristãos de todas as igrejas tem com o mestre Jesus, é que o Papa Francisco convocou esse sínodo para a Amazônia, ela que hoje é um dos principais centros de equilíbrio do clima de todo o planeta.

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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