1 de outubro de 2019
útero
que gerou esperança
hoje sangra
as indiferenças
que sobem e descem morros
fervem em panelas vazias
batem portas que fingem lados iguais
levam crianças a se perderem em faróis
útero
que gera bala na nuca
sangue no asfalto
órfãos de pais e filhos
lágrimas
e os que resistem
são ventres livres para futuras prisões
a mão que imortalizou o treze de maio
deixou nas entrelinhas o terrível cheiro da segregação.
Obs: Imagem enviada pela autora (Arte: Morro de Favela – Tarsila do Amaral – 1924)
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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