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1 Domingo do poder e da gratuidade da fé
Lc 17,5-10

A proposta de Jesus, no seu todo e nos seus detalhes, muitas vezes assusta “qualquer cristão”!
Daí, o pedido humilde e angustiado, insistente e confiante, dos discípulos de ontem e de hoje: “Aumenta a nossa fé!”…
E Jesus responde com duas singelas e intrigantes parábolas. A primeira, para exaltar o poder extraordinário da fé… A segunda, para descartar, “de primeira”, qualquer perspectiva de vantagem ou vanglória pessoal por parte de quem crê…
Como dirá o profeta Habacuc e ficará por lembrança: “O justo viverá por sua fé!”. Mas não fará dela, jamais, pretexto para arrogar-se direitos ou privilégios sobre Deus e os seus semelhantes.
Pelo contrário, quanto mais crê, quanto mais fé tem, mais consciência tem, também, de que esta mesma fé é um dom gratuito do Pai, que importa, constantemente suplicar. Quanto mais crê em Deus, mais se coloca a serviço de sua vontade, no serviço fraternal dos irmãos e irmãs…
A fé é uma motivação profunda, que faz o crente superar limites de todo tipo e desdobrar-se na realização surpreendente das maravilhas do Reino.
Sempre consciente, claro, de que tudo quanto ocorre em sua vida pessoal como em seu ambiente, em termos de mudanças, à primeira vista, impossíveis, é fruto do poder e da graça de Deus em nós. Por nós mesmos, entregues às nossas próprias limitações, somos apenas “servos inúteis”, embora cada qual possa afirmar com Paulo: “tudo posso naquele que me dá força” (Fl 4,13).
Eis a razão mais profunda do nosso celebrar, do nosso cantar!

A montanha, aqui e agora, é a própria conjuntura que estamos atravessando… Ninguém de nós é indispensável, mas também, ninguém de nós pode ser infiel… E cabe a nós, se temos fé e Jesus, por força desta mesma fé, nos engajarmos na luta de todo o povo para virar esta situação, e podermos ver o Reino da Justiça e da Paz  acontecer

Agosto foi o mês da VOCAÇÃO, do chamado… Setembro foi o mês da PALAVRA que ilumina e encoraja… Outubro é o mês da MISSÃO: discípulos, discípulas de Jesus, estamos sendo convocados à ação!
Outubro, Mês da Missão!

O Documento de Aparecida
– 2007 –

  1. Com a luz do Senhor ressuscitado e a força do Espírito Santo, nós os bispos da América nos reunimos em Aparecida, Brasil, para celebrar V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.

Fizemos isso como pastores que querem seguir estimulando a ação evangelizadora da Igreja, chamada a fazer de todos os seus membros discípulos e missionários de Cristo, Caminho, Verdade e Vida, para que nossos povos tenham vida nEle.

Fazemos isso em comunhão com todas as Igrejas locais presentes na América.

Maria, Mãe de Jesus Cristo e de seus discípulos, tem estado muito perto de nós, tem-nos acolhido, tem cuidado de nós e de nossos trabalhos, amparando-nos, como a João Diego e a nossos povos, na dobra do seu manto, sob sua maternal proteção.

Temos pedido a ela, como mãe, perfeita discípula e pedagoga da evangelização, que nos ensine a ser filhos em seu Filho e a fazer o que Ele nos disser (cf. Jo 2,5).

Quem poderia imaginar que a situação deste país pudesse mudar tão rapidamente, que o desemprego a fome  voltassem a rondar nossos lares, e a violência chegasse ao ponto que chegou?… Como cristãos e cristãs, individualmente e enquanto Comunidade Cristã, à luz do Evangelho e na busca fiel do Reino de Deus “assim na terra como no céu”, como encarar, por exemplo,

– os sucessivos e graves ataques aos Direitos da Classe Trabalhadora?…

– as incertezas, ameaças e perdas que resultarão dessa “Reforma da Previdência”, que só interessa aos poderosos que querem lucrar cada vez mais às custas do empobrecimento progressivo do povo?…

Ou vamos esperar que as coisas piorem ainda mais para nos acordarmos da nossa acomodação?…

Outubro, mês da MISSÃO! Para que missão Jesus nos estará convocando, diante do que anda acontecendo

2 – Festa da Mãe do Senhor, a Aparecida, Padroeira do Brasil

O sinal da Aparecida

 Em Lourdes, na França, na gruta de Mas-sabielle, a Mãe de Jesus aparece a Berna-dette Soubirous, uma mocinha pobre do interior… Em Fátima, Portugal, na cova da Iria, a Mãe do Senhor, aparece a três crianças pobres, Lúcia, Francisco e Jacinta, que levam carneirinhos a pastar… Na Colina de Tepeyac, também chamada de Guadalupe, no México, Maria, Mãe de Deus, aparece feito índia a Juan Diego, um pobre índio…

Em Porto do Itaguassu, São Paulo, nas águas do Rio Paraíba, três pobres pesca-dores se surpreendem com a pesca de uma imagem negra da Mãe de Jesus, e todo o povo devoto passa a chamá-la de “Aparecida”.

O que há de comum a todas estas “aparições”?… É que a Mãe do Senhor aparece sempre a pessoas “sem maior importância”, que no Evangelho são chama-das de “pequeninos”, sejam crianças,  sejam pobres, de modo geral. E o que há de especial?… É que ela, na Europa, aparece branca, e, na América Latina, aparece com traços nativos; no Brasil, como negra.

Em tudo isso não há um “sinal” de Deus?…

É a própria lógica do Evangelho, que nos traz a boa notícia de um “Verbo”, a Palavra de Deus, que se faz carne, que levanta seu barraco no meio de nós, mais especifica-mente, no meio dos pobres e pequeninos. Maria, a cheia de graça, que escutou a voz do Anjo e se colocou à disposição de Deus para que isso acontecesse, continua alertando a gente e o mundo para a causa maior: a solidariedade com os pobres e pequeninos, os oprimidos da terra. Solidariedade que põe fim a todos os preconceitos e exclusões e nos faz capazes, na força da palavra do seu Filho, de transformar a água de todas as nossas carências, no vinho novo da justiça, da fraternidade, da alegria e da Paz!

E como tudo isso é atual e urgente nesses tempos tão desafiantes para os Movimentos Populares, para  as Igrejas, especialmente para as CEBs!

 Como fazer do nosso amor a MARIA mais que uma simples “devoção” à espera de proteção, de “milagre”?… Façamos do seu testemunho de confiança na Palavra de Deus, uma inspiração que nos converta e nos lance como fermento de transformação na massa do mundo!… Não será este o milagre maior?… Em comunhão com a Mãe Aparecida, assumamos nosso papel, nessa conjuntura tão desafiante, como testemunhas da LIBERTAÇÃO!

Obs: REGINALDO VELOSO, presbítero leigo das CEBs (essa é minha condição eclesiástica atual, o que me deixa particularmente feliz)
– Membro do MTC (Equipe Maria Lorena – Recife)  (terminou meu “mandato” como “Assistente Regional”)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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