Correu a buscar no horizonte as respostas. Foram tantas as vezes que sentou n’areia da praia fixando o horizonte, conversando com as ondas que lambiam seus pés, acarinhando suas angústias.
Mas não ver o horizonte a deixara em pânico, pois era como não achar respostas, mesmo sabendo que as mesmas vinham sim, do seu coração. Porém, um vazio, e era como perder a ponte, a segurança da travessia.
Sentia a chuva, mas como não sentir o coração? Ocas batidas, ecos no peito. O sangue como um rio a desaguar no nada.
Nas ruas apenas rostos, inexpressivos e mudos, tal qual o seu naquele momento. Olhos de vidro, coração de cristal trincado que não se usa nem vai ao lixo.
Vontade de jogar as vestes do mundo num grito de liberdade. Porém eram tantos elos na longa corrente como a dizer não, nem tente.
Correu em desespero. Fuga insana de si mesma.
Acordou na cama; suave, seca e presa.
Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
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