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Boa tarde Gecilene e você ouvinte fiel. Fico imaginando como fica você diante dessas notícias graves sobre nossa Casa Comum a Amazônia. De um lado, os fatos de tantos incêndios como nunca antes, também o constante destruição de matas, florestas e rios com barragens; de outro lado, o governo federal dizendo que cuida da Amazônia e que a culpa de tantos incêndios é sua, minha e dos moradores da região. De um lado a destruição e de outro madeireiros, mineradores, garimpeiros, fazendeiros entrando e derrubando mata, violentando rios. Assim acontece em Lábrea, Presidente Figueiredo, como também no Pará, Mato Grosso, Roraima e em toda a Amazônia.

Então você pode estar se perguntando, quem fala a verdade? Que tipo de melhoria de vida se quer para os povos da Amazônia? Hoje quero partilhar com você o que explicou outro dia uma pessoa merecedora de confiança, o arcebispo de Porto Velho, Dom Roque Paloschi. Reflita conosco o que ele   disse: “A Igreja tem insistido diuturnamente com os católicos para que assumam esse compromisso de cuidar do meio ambiente. Na sua experiência histórica, a Igreja tem tentado mostrar aos fiéis o grande equívoco que é a ocupação e a destruição da Amazônia como vem acontecendo. Ninguém é contra o desenvolvimento, mas a pergunta é que tipo de desenvolvimento nós queremos”. O bispo não é tolo, mas compreende que não é progredir a torto e a direito, sem respeita a natureza. Escute mais do que ele diz: “O que está em jogo na Amazônia são dois projetos bem distintos. O projeto da conservação e da extração dos produtos na linha do extrativismo, e o projeto embalado pela ganância de alguns, que acham que é preciso derrubar tudo, queimar, colocar o capim e colocar a soja. Um projeto parte do respeito à natureza e uso de toda uma riqueza que a Amazônia possui, mas por caminhos de mais harmonia; e outro que quer explorar os recursos naturais como se fossem infinitos. Aí é que paira o problema”.

Por isso, ouvinte quando  hoje a gente ouve o Papa Francisco promovendo uma reunião de um mês sobre como tratar do Reino de Deus na região, no sínodo para a Amazônia, ele  um sul americano como nós sabe que Deus nos encarregou de cuidar da natureza e usufruir sem destruí-la. E o arcebispo de Porto Velho reforça esse compromisso de todos nós cristãos de todas as Igrejas. Diz ele: “A preocupação do papa é que a Igreja seja sempre ocupada e preocupada na defesa da vida e da dignidade das pessoas, capaz de se empenhar no cuidado da Casa Comum. Não estamos falando só do Brasil. São nove países que compõem a região Pan-Amazônica. Não estamos buscando outra coisa a não ser o bem e a fidelidade da missão. Não estamos falando dos destinos da política na Amazônia, mas dos destinos da Igreja na Amazônia. Todo mundo tem uma opinião para dar, e isso também é respeitado. É importante dizer que a Igreja não é contra esse ou aquele governo, mas também temos a missão de anunciar a boa nova e denunciar tudo aquilo que leva à morte “.

Portanto, ouvinte da Nossa Radio Rio Mar, onde você estiver hoje leve a sério as orientações do Papa Francisco e do arcebispo de Porto Velhos. Eles são nossos companheiros e podemos confiar neles.

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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