D. Edvaldo G. Amaral 15 de setembro de 2019

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Dia 8 de dezembro de 1954, centenário da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Maria, na Catedral da Sé de S.Paulo, inaugurada naquele ano, Pe. José Rolim Rodrigues foi ordenado presbítero, pela imposição das mãos do Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota.

 Padre Rolim nasceu em 1926 na Cajazeiras dos Rolins da Paraíba. O nome de sua família confunde-se na história com a de sua cidade, no sertão paraibano.

 Seu noviciado para ingressar na Congregação Salesiana em 1944, em Jaboatão, foi marcado com evidente sinal de milagre sobrenatural: o telhado, em meio à noite, desaba totalmente sobre uma dezena de jovens e nenhum deles sofre o menor ferimento. Em Belém do Pará, o Clérigo Rolim – como se chamava na época – fez por três anos o exercício do magistério na vida prática salesiana, após três anos de filosofia e humanidades, cursados no Instituto Salesiano de filosofia de Natal. Teologia, ele estudou no “Pio XI”, em São Paulo, onde tive a alegria de ser seu colega de turma.

O primeiro campo de trabalho sacerdotal do Padre Rolim foi com os seminaristas salesianos, no Colégio do Recife, e depois com os alunos internos. Daí, foi para os Estados Unidos, retornando fluente em inglês, o que muito o ajudou em seus estudos bíblicos, sua verdadeira paixão intelectual. Participou em Roma de um curso para salesianos de língua inglesa e esteve vários meses em Jerusalém, aprofundando seus estudos sobre a Bíblia.

Vários colégios e paróquias salesianas do Nordeste o tiveram como diretor ou pároco, nomeadamente Aracaju, Fortaleza e Carpina, Foi aí, em Carpina, seu último campo de apostolado, onde por duas dezenas de anos, o Padre Rolim mais revelou sua ação pastoral e seu dinamismo apostólíco. Também foi aí, que ele, sempre reservado e alheio a ruidosas manifestações de estima, mais conquistou amigos e admiradores, que o acompanharam com afeto e gratidão na derradeira etapa de seu ministério sacerdotal: inicialmente auxiliar do Reitor e confessor na Basílica salesiana do Sagrado Coração no Recife e, por último, confessor,  procurado e zeloso.

A personalidade espiritual de Padre Rolim pode ser definida em três aspectos: primeiro que tudo, o já lembrado amor à Palavra de Deus, que ele estudou profundamente, reverenciou com dedicação e cultuou com sentida devoção. Em segundo lugar, é justo destacar sua extrema delicadeza moral, de que posso dar testemunho pessoal, na última fase de sua vida. Por fim, devo destacar seu acendrado amor à Virgem Santa, Mãe de Jesus. No final de sua existência terrena, em 12 de janeiro deste ano, quando, após longos momentos de aflição e inauditos sofrimentos, ele serenou e tranquilo,  exclamava : “É Ela! É Ela!”, um irmão sacerdote apresentou-lhe pequenina imagem de Maria, e ele repetiu com fé e alegria: ” É Ela! ” e assim deu o último suspiro…..

O exemplo do Padre Rolim seja de modelo e estímulo  para “os Padres de que a Igreja precisa”…

Obs: O autor é arcebispo emérito de Maceió. 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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