1 de setembro de 2019
os passos do tempo não são alcançáveis
nada que eu faça
diminuirá seu compasso
ou sequer clareará
os pontos escuros
à minha frente
a bolsa
onde guardo meus acontecimentos
está cada dia mais pesada
a mistura de sabores
faz oscilar minha pressão
pressiona meus ombros
e me faz menor
o tempo me olha impassível
segue silêncio e humores
deixa-me em sua passagem
novas chances
de trocar as pedras de sal
por pétalas umedecidas
de ternuras
e a leveza de novas construções
o tempo é indiferente a mim
eu o persigo
teimo na esperança de lhe pegar pela mão.
Obs: Imagem enviada pela autora (Arte: A mulher no tempo – André Merez)
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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