O soluço implora e a ventania gorjeia o silêncio de tuas mãos em prece…
Leva-me em tua solidão,
amanhecer sem janelas, nem asfalto a correr,
sem água que sacie a fome de ter-te em meu caminho…
O corpo em vigília procura teus olhos e na sombra ausente, regresso na (in)certeza de um instante desfolhado na timidez de teus lábios, sem a cor dos sonhos vividos…
Deixa-me vagar no deserto de tuas emoções,
espelho rasgado para não espantar a nostalgia de tua face manchada de ilusões…
A dor lateja no peito em correntes inebriadas e o dia anoitece antes do grito confuso a recordar teus passos em direção ao desejo de SER…
Algo de nós não conseguiu prosseguir…
Algo em nós sangra nessa melodia retalhada de saudade…
02.04.2011 – 21:36
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Obs: Imagem enviada pela autora