Ina Melo 1 de agosto de 2019

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A chuva cai forte. É maio e o inverno está chegando. Chuvas, lágrimas do céu lavando os pecados da terra. O dia começa. Águas inundam as ruas transformando-as em rios. Pessoas apressadas, guarda-chuvas abertos, correm quais formigas num formigueiro. A chuva é boa para quem pode ficar no aconchego dos lares, nas camas macias. É dura para os que trabalham, não teem carros e correm para apanhar os coletivos. O céu, envolto por nuvens negras esconde a beleza pura do azul. O sol apaga-se, respeitando a companheira. Hoje não é seu dia. É preciso afastar o egoísmo, deixar a velha amiga ter a sua serventia. Quantos jardins não precisam de água para alimentar suas plantas? As chuvas lavam as ruas levando a sujeira, renovando os rios. Nos casebres, as águas caem das bicas quais cachoeiras e os meninos tomam banho. Chuvas correndo nas vidraças lembram lágrimas silenciosas rolando pelas janelas da alma. A chuva alimenta e trás à tona a saudade adormecida no coração. Quem não liga um amor do passado a um temporal, quando ele surge forte, derrubando tudo, causando estragos e depois parte levado pelo vento deixando ruínas e dor? Porém, não só tristezas lembram á chuva. Quantos casais felizes que, sob o pretexto da tempestade, aproveitam para ficarem juntos amando e planejando o amanhã? Passear na chuva de mãos dadas com os pingos caindo no rosto, tem coisa mais romântica? E se for em Paris? Tudo o que vem de Deus é bom. Prejudica uns, beneficia outros. São as compensações da vida. Chuva seja bem-vinda. Lave as almas, assim os corações ficam limpos para abrigar novos amores. Maio/03

Obs: Imagem enviada pela autora

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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