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Hoje a Igreja Católica celebra a presença de Jesus no meio de nós, a festa de Corpus Crhisti na linguagem tradicional. Celebrar essa memória num momento tão duro no país dito mais católico da América só tem sentido se for renovação de compromisso, com o direito e justiça vivida e enunciada pelo Mestre Galileu. Mas, se no Brasil se vive um tsunami político social, com graves consequências para a maioria da população,  nem tudo é desgraça, há acontecimentos de esperança acontecendo.

Em Santarém Estado do Pará aqui em plena floresta amazônica, houve um esperançoso encontro de 140 militantes dos movimentos sociais. De sexta a segunda feita militantes das três bacias do grande rio Tapajós, se encontraram, partilharam suas lutas, desafios e esperanças. Durante o encontro chegaram a conclusões coletivas de enfrentamento dos projetos destruidores da nossa Casa Comum. O grande e ameaçado rio  é alimentado por três grande bacias regionais, Juruena, Teles Pires, Alto Tapajós em conjunto com médio e baixo Tapajós. 23 três barragens estão construídas umas, em construção outras e planejadas outras tantas. Todas  violentam direitos dos povos tradicionais e o ecossistema. Diante dessa realidade cruel, os movimentos populares estão buscando unir forças para defender seus direitos e evitar a destruição do rio e seus povos.

Ao final do encontro os militantes construíram três compromissos coletivos: # Instrumentos de luta coletivos; # escola de formação amazônica dos lutadores sociais; # e fortalecer um canal de comunicação entre as três regiões, estimulando o uso das mídias sociais existentes e animando as rádios comunitárias e a rádio web. Ficou combinado se realizar novo encontro menor com lideranças dos movimentos das três bacias para se avançar com a definição de como concretizar os compromissos assumidos. Afinal, é preciso estarem ativos e unidos antecedendo os projetos destruidores.

Também foi aprovada uma carta compromisso para manifestar à sociedade como e porque estamos unindo forças. Um parágrafo de carta afirma o seguinte:  “com todas as nossa forças buscamos impedir que os erros do passado se repitam, comprometendo assim, não somente o futuro de quem vive na Amazônia, mas de toda a humanidade. Os rios Juruena, Teles Pires e Tapajós não podem ter o mesmo destino de tantos outros rios brasileiros, que se encontram contaminados , assoreados, sem peixes, sem vida.” Todos os participantes saíram convictos de que juntos podemos sim impedir a destruição de nossa Casa Comum.

*Notícia Para Red Pan amazónica  20.06.2019

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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