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Estava num lugar tranquilo no alto de um edifício e lá embaixo o rio corria coberto de baronesas que o afagava no longo percurso até o mar. Vendo a velha Serpente Emplumada cercado e           coberto de verde fiquei pensando no que o desamor faz com a gente no fim da jornada. Visitava um amigo no hospital e por acaso, enquanto olhava o rio pela vidraça, a porta se abriu e vi uma figura fragil e solitária. Não sei se era homem ou mulher,   sei apenas que ali naquele confortável lugar, o amor não se fazia presente. Dois anjos brancos cuidavam com profissionalismo daquele ser,  mas ninguém que o consolasse com palavras, que tocasse às suas descarnadas mãos! Que diferença do rio com toda aquela exuberância verde à sua volta! A voluptuosidade das águas barrentas deixando-se beijar pelas baronesas, o afago dos raios do sol sobre ele, tudo significava aos meus olhos sonhadores, o amor na sua pura essência. Naquela rota de fuga,  quando o homem não sabia qual o caminho a seguir e as volumosas águas tinham o mar as esperando para o abraço final,  senti que,  assim vidas começam e terminam! Umas com amor e outras com esperança de que,  ao atravessar a ponte para o infinito, exista um oceano de paz para abriga-las!  23/06/019.

Obs: Imagem enviada pela autora