Taciana Valença 15 de julho de 2019

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Incrustada sobre as pedras
já não me emociono ou me comovo,
asas soltas de anjos entre bestas feras,
mundo de medonhos gritos que já nem ouço.

Partiram o pão, levaram os pedaços.
Riram da arte, do mundo fizeram deboche.
Desfeitos foram tantos sonhos e laços;
arregalo os olhos entre vazios fantoches.

Donde estará o grande poderoso?
Olho das pedras, sim, petrificada.
Qual será enfim o ápice do seu gozo?
Terra em chamas, abandonada?

E me olho no espelho,
no fartar de um breve existir,
peço ao Universo luz e conselho
carga maior de força no resistir.

Na palidez destes versos tristes,
regados a chá de pau e canela,
aborto este mundo que insiste,
preparando o próximo chá de panela.

Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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