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Passarei porque sou feito
De filamentos do tempo.
Nem mesmo as fotografias
(os lagos que nos contêm),
Deixarão de prosseguir
Fluindo pelas paredes,
Transbordando das molduras;
Sumirei dos corações,
De lembranças, de registros,
De improváveis certidões,
Dos fatos que se diluem,
Das certezas enterradas,
Do meu berço apodrecido,
Do caixão que balançava
Entre guizos coloridos.
Irei como quem chegou,
Ou melhor, nunca nasceu;
Nem lembranças figuradas,
Deveres esmaecidos,
Obrigações de saudade
Ou graça que se transmite
No espólio das gerações.
Passarei por vosso mundo
Sem indícios de endereço,
Sem vestígios, livre trânsito:
– Vapor que não chora nunca
No avesso de vossas almas!

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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