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Entrego
esse corpo carcomido pelas enxurradas de mentiras,
essa alma dolente de energias negativas
e esse intelecto reto de quem não sabe mais quem seja.

Confio
na força que a mentira forja na verdade do corpo,
na certeza de que a energia negativa se esvai entre o riso e o sonho,
nessa incerteza de ser mais um que busca seu ser.

Aceito
o que o corpo sente, goza ou dói,
o que a alma pressente, antecipa e grita,
e o que o intelecto racionaliza e projeta no meu eu do amanhã.

Agradeço
as alegrias e dores desse corpo sacrossanto e cético,
os prazeres etéreos dessa alma lançada no altar do viver,
e o êxtase da racionalização sobre os seres e as coisas do universo.

Obs: O autor é Jornalista e Gestor Cultural

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