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Como seguidores de Jesus Cristo, continuamos hoje a caminhada aprendendo amar como ele amou. Não é fácil, vivendo nós numa sociedade individualista e egoísta. No evangelho proclamado em muitas celebrações, Jesus alerta todos nós. Diz ele “nisto conhecerão que vocês são meus seguidores, se amarem uns aos outros, como eu amo vocês”. Como amar todos os outros, inclusive os que nos humilham? Como amar o presidente Bolsonaro, quando ele estimula uso de armas e prega o ódio?  Como amar esse governo que quer acabar com as aposentadorias dos trabalhadores e o direito de jovens estudarem nas universidades públicas? Acontece que amar não significa se humilhar, sofrer calado. Jesus nunca se humilhou diante de Herodes e doutores da lei. Quando foi preciso ele os chamou de cobras venenosas, sepulcros caiados.

Quando na quarta feira passada estudantes, professores e trabalhadores, foram às ruas protestar contra a destruição  das universidades públicas e deformação da previdência social,  estavam seguindo o mandamento de Jesus de amar, buscando a verdade  e denunciando as mentiras do governo. Aliás,  parabéns para os lutadores sociais de Monte Alegre, Mojuí dos Campos, Belterra e outras cidades  do Oeste do Pará, que se uniram aos milhões de manifestantes em todo o Brasil. Santarém teve cerca de 10 mil lutadores sociais nas ruas no protesto nacional.

É assim que provaremos se somos seguidores de Jesus, se amarmos como ele amou. Nesta mesma linha de reflexão, precisamos enfrentar outro assunto bem atual. Você já ouviu falar sobre o Sínodo para a Amazônia? Compreende por que e para que este sínodo foi convocado pelo Papa Francisco? Pois é, este sínodo especial vai ser concluído em outubro próximo, mas já vem sendo construído desde uns meses atrás. Talvez até em sua comunidade já deram uma contribuição. Isso se seu vigário e animadores de comunidade falaram com você e seus irmãos.  Papa Francisco anda muito preocupado com os povos e a mãe natureza da grande Amazônia, que inclui oito países, além do Brasil. Daí que a Igreja precisa se renovar e trabalhar evangelização a partir das necessidades e expectativas de vida dos povos e da natureza da região. Por isso será um sínodo Para e não sobre a Amazônia.

Daí que talvez você já ouviu falarem que até o governo Bolsonaro ficou preocupado e criticou a realização do sínodo. Por quê?  Escute o que falou o cardeal Dom Cláudio Humes, relator do sínodo. Disse ele: “Alguns se sentem ameaçados de alguma forma, porque não se sentem considerados em seus projetos e ideologias. Eu diria que acima de todos os projetos de assentamento na Amazônia que continuam fortemente com o espírito dominante e predatório vem para explorar e, em seguida, sair com os bolsos cheios, deixando a degradação e a pobreza para o povo local, que então estarão mais pobres e com o seu território devastado e contaminado. É muito importante reconhecer essas resistências na Igreja, fora dela, por exemplo, em governos, empresas e outros lugares. Precisamos reconhecer como nos comportarmos diante dessas resistências, sabermos o que fazer. A Igreja na Amazônia sabe que deve ser profética, não acomodada, porque a situação é avassaladora e há uma situação de constante e persistente violação dos direitos humanos e degradação do lar comum. E, o que é pior, esses crimes geralmente ficam impunes”.

Então, acompanhar o desenrolar do sínodo deve ser de nosso interesse. V A Igreja na Amazônia sabe que deve ser profética, não acomodada, porque a situação é avassaladora e há uma situação de constante e persistente violação dos direitos humanos e degradação do lar comum. E, o que é pior, esses crimes geralmente ficam impunes.

Vamos amar como Jesus Amou? Ele que nos ajude.

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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