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Olhar para o céu, ver uma imensidão de pequenas luzes brilhantes, imaginar que estão tão distantes que talvez algumas até nem existam mais, pensar que os planetas estão pendurados no universo, realizando suas órbitas dia após dia, no meio de dezenas, centenas de galáxias, como se fizessem parte de um grande roteiro… e ainda tentar responder à questão fundamental da existência humana “quando e como tudo começou”, fazem parte de nosso dia a dia, também como se, naturalmente, tudo ao nosso redor, fizesse parte de um grande roteiro.

A busca pela compreensão sobre como foi desencadeado o processo que originou o universo atual, proporcionou – e ainda proporciona – vários debates, pesquisas e teorias que possam explicar tal fenômeno. É um tema que desperta grande curiosidade dos seres humanos, desde os tempos mais remotos e gera grandes polêmicas, envolvendo conceitos religiosos, filosóficos e científicos.

O escritor de ficção Científica Isaak Asimov em um de seus contos mais brilhantes, A ÚLTIMA PERGUNTA, conta que havia uma super inteligência artificial, o Multivac, que, aos poucos, foi se apropriando de todo conhecimento do planeta, passando a ser grande fonte de consulta. Entretanto, ao ser feita a ele a última pergunta, não soube responder. E qual era essa última pergunta? Se o universo um dia deixasse de se expandir, tudo acabaria ou haveria uma forma de deter ou reverter a entropia?

A entropia, unidade [J/K], é uma grandeza termodinâmica que mensura o grau de irreversibilidade de um sistema, encontrando-se geralmente associada ao que se denomina por “desordem” de um sistema termodinâmico. E se esse momento chegasse? Seria mesmo irreversível?

Essa fonte de inteligência foi evoluindo, atravessando os anos, as décadas e os séculos, cada vez mais aperfeiçoando-se e absorvendo as mentes dos humanos que iam se separando de seus corpos. Porém, sempre que pergunta lhe era feita novamente, ele processava os bilhões de dados acumulados e a resposta continuava a mesma: não há dados suficientes para responder.

E chegou um tempo que o universo foi sendo consumido. As galáxias maiores consumiam as galáxias menores e os buracos negros consumiam as galáxias. As mentes humanas já não habitavam mais seus corpos e iam, pouco a pouco, fundindo-se com o antigo Multivac, agora conhecido por AC. E, por fim, quando a mente do último ser humano se fundiu a ele, tudo acabou. AC continuava a existir apenas em função de conseguir encontrar uma resposta para aquela pergunta. Era a sua missão e sem encontrar ainda a resposta, continuava trabalhando atrás dela.

Quando finalmente AC processou todos os dados existentes no universo e encontrou a resposta para a pergunta, não havia mais nenhum ser humano para quem falar, nenhum planeta, nenhuma galáxia, apenas o caos.

Ac então absorveu tudo o que ainda restava ao seu redor, o caos que um dia fora o universo e, conectado a toda aquela energia ele disse: Faça-se a luz. E a luz se fez.

Segundo cientistas, o planeta Terra foi formado há aproximadamente 4,6 bilhões de anos, após uma grande explosão. Na atmosfera havia muita água, gases e relâmpagos. Quando esses três elementos se juntaram, deram surgimento a diversas substâncias que começaram a fazer da Terra um ambiente propício para a vida. É a teoria da Grande explosão ou Big Bang, até o momento a mais aceita, cientificamente, sobre a origem do universo.

Os primeiros seres vivos que existiram na face da Terra datam de 3,8 bilhões de anos. São  que os cientistas os chamam de estromatolitos. Esses primeiros seres vivos eram bem simples. À medida que os anos iam passando, eles iam evoluindo e, a partir deles, outras formas de vida iam surgindo. Milhões de anos depois surgiram os organismos invertebrados. Segundo pesquisadores as esponjas foram os primeiros animais invertebrados a surgir na Terra, há 650 milhões de anos. E há 520 milhões de anos surgiram os primeiros vertebrados.

Contada, há quatro, seis mil anos, da maneira possível à compreensão dos seres humanos da época, a criação do mundo, segundo o gênesis, pode ter uma conotação fantástica e inverossímil para os dias de hoje. Mas não para a época e para as pessoas as quais foi escrito.

Do Big Bang fez-se a luz e, daqueles primeiros seres que viviam na no barro, na lama, monocelulares, a vida originou-se, diversificou-se e evoluiu.

O fanatismo religioso é algo perigoso que nubla a visão e compromete o discernimento. Em nome de coibir ao que chama de “blasfêmias”, “pecado” ou o que seja, o fanatismo religioso ataque a ciência, interfere no desenvolvimento da humanidade e, se não for devidamente esclarecido, pode levar ao retrocesso e ao fim da humanidade. Humanidade que fingem defender, mas que, no final as contas, parecem mesmo é odiar.

Que importa o tempo que o universo levou até chegar à forma como hoje o conhecemos? Que importa quanto tempo a vida levou para evoluir até chegar aos primeiros humanos? Se foram sete dias, sete mil, sete milhões ou bilhões de anos, o que isso muda em nossas vidas?

À força que provocou tudo isso, cada um dê o nome que quiser. Coloque sua fé nas convicções que mais lhe aprouver: Deus, Javé, Alah, fenômeno, explosão cosmológica, Multivac, AC, Hal 9000, não importa.

A terra surgiu de uma explosão de luz: FIAT LUX!!!! E a luz se fez.

E os seres vivos tiveram origem no barro. Alguém tem alguma dúvida disso?

Obs: A autora é jornalista, blogueira e Assessora de Comunicação do IDHeC – Instituto Dom Helder Camara.
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