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Obs. cada semana envio uma notícia refletida para a Rede de emissoras da Pan Amazônia da Associação latino americana de educação radiofônica, ALER.
A cúpula da Igreja Católica está em assembleia anual eletiva. São cerca de 305 bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB. Com a eleição de nova diretoria há uma expectativa sobre quais os rumos irá tomar a liderança da Igreja neste período tão cruel para vidas dos trabalhadores, dos pobres e dos jovens. Deformação da previdência social, corte de 30 por centos dos recursos para universidades públicas, retirada dos cursos de sociologia e filosofia do ensino médio, e assim por diante.
Os primeiros sinais dos novos líderes são considerados moderados, o que pode significar ponderação diante da situação social do país. Apoiam verbalmente a linha pastoral do Papa Francisco, mas preferem não ser profetas, mas crentes no diálogo. Assim, além da tradição de marcar uma audiência da cúpula com o papa Francisco, a nova presidência da CNBB pretende se reunir com o presidente Jair Bolsonaro.
Dizem que o objetivo do encontro é abrir um “canal de diálogo” com o governo e discutir temas voltados à Igreja. O estilo de diálogo que pretendem ter com o psicopata presidente do Brasil é de convencer suavemente com boas intenções como eles afirmam: “O Brasil que queremos emergirá do comprometimento de todos os brasileiros com os valores que têm o Evangelho como fonte da vida, da justiça e do amor. Queremos uma sociedade cujo desenvolvimento promova a democracia, preze conjuntamente a liberdade e a igualdade, respeite as diferenças, incentive a participação dos jovens, valorize os idosos, ame e sirva os pobres e excluídos, acolha os migrantes, promova e defenda a vida em todas as suas formas e expressões, incluído o respeito à natureza, na perspectiva de uma ecologia humana e integral.
Diferente é a posição da Comissão Justiça e paz, organismo vinculado à CNBB que assume sem rodeios uma posição profética. Diz o seguinte: “ A Comissão cumpre seu dever de se colocar ao lado das forças sociais que defendem os interesses dos trabalhadores e segurados que resistem para impedir a retirada “dos pobres do orçamento e da Constituição”. Isto é a luta para impedir que se enfie o dinheiro dos impostos no bolso de poucos abastados. A Seguridade Social é um direito do cidadão e um dever do Estado, um projeto de nação e não um negócio de compra e venda! A esperança de muitos cristãos é que a liderança da CNBB perceba que diálogo só existe quando as partes mesmo antagônicas tenham capacidade de escutar e refletir, o que Não é possível com presidente Bolsonaro. E que em pouco tempo a CNBB siga a mesma linha da Comissão brasileira Justiça e paz.
Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.